quinta-feira, 4 de abril de 2024

José Vitorino Pina Martins

 

José Vitorino Pina Martins

 bibliófilo

José Vitorino Pina Martins (1920-2010) que nasceu Penalva de Alva. Filho de António Vitorino de Abrantes Martins e de Maria Olímpia Faria de Pina. Frequentou o Colégio de Brás Garcia Mascarenhas, em Oliveira do Hospital.

Filólogo (1947 )e investigador.

Amigo do Poeta  Amândio César, Dario Martins de Almeida, Henrique Barrilaro Ruas e Eduardo Lourenço.

Doutor Honoris Causa pela Universidade de Lisboa.Filólogo  espanhol , Eugenio Asensio Barbarin ( Murieta , Navarra , 2 de Junho de 1902 --1996)  amigo desde 1965, em peripatéticas conversas e animadas buscas e trocas de livros raros), o notável descobridor em bibliotecas de exemplares de edições perdidas

O Templo de Livros

     Na realidade vivia numa biblioteca e museu de pinturas e medalhas premiadas dos livros que tinha escrito, a ocupando a maior parte da sua  casa partilhada   por  sua esposa italiana,    Primula e  sua filha Eva Maria( durante alguns anos).

Residia na Rua Marquês da Fronteira nº4 - 2º andar, (cruzamento António Augusto de Aguiar)

      Os vizinhos viam sempre embrulhos (livros) e visitas (investigadores, bibliófilos e amigos) a entrar e a sair depois do manuseio dos livros. Estes, vieram a comentar que as paredes da casa estavam forradas de estantes de livros.

    Além da biblioteca de sua casa havia duas amplas salas  no 5º andar do mesmo edifício para os livros mais  antigos e  frágeis. 

A sua sala  de estudo a sua    secretária tinha as costas virada para rua , sabendo-se  que quando  não   estava em casa  pelas   persianas  baixas.

Segundo diz  Pedro Teixeira da Mota:

- o corpo físico já enfraquecido desencarnou no dia 28. 04 .2010, em Lisboa, já com 90 anos. Transportado  para a  Basílica da Estrela, e dois dias depois, sepultado. 

 Neto e Filho de  gente de Penalva de Alva  abastada. segundo   dizem  foi educado num ambiente cristão católico.  Aos   4 anos, sentiu o amor pelos livros graças à biblioteca familiar da casa de seus  pais.  onde uma edição minúscula dos Lusíadas o encantou, começando depois a ler Connan Doyle e Júlio Verne.

 

 Teve como sua mentora D. Felicina Guilherme Hall, residente na aldeia das Dez,

Frequentou o Seminário de Coimbra, onde se interessou aprender latim e literatura.

Entrou na escola Secundária, no Colégio de Brás Garcia Mascarenhas, em Oliveira do Hospital, fazendo os exames de 3º, 6º e 7º anos f no Liceu D. João III em Coimbra, tendo a nota mais alta, 20, em Latim.

1941 - Publica o seu primeiro livro sob o pseudónimo de Duarte de Montalegre,

1942 - Entra na Faculdade de Letras (38 anos)

1947 Licencia-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra com a tese Miséria e Grandeza do Homem em "Les Pensées" de Blaise Pascal.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

GLOSSÁRIO GENEALÓGICO:

 

GLOSSÁRIO GENEALÓGICO: VOCABULÁRIO GENEALÓGICO



Agnação - parentesco de consanguinidade por linha masculina.

Agnado - parente de descendência masculina.

Agnome - apelido que entre os romanos se acrescentava ao cognome.

Amásia - concubina.

Antonomásia - substituição de um nome próprio por um comum ou uma perífrase, e vice versa; alcunha; sobrenome.

Apodar - alcunhar.

Arauto - pregoeiro; núncio; (fig.) mensageiro. e  heraldo  (antigo)

armista -  pessoa versada em arte heráldica.

arquiavô - avô muito remoto (f. arquiavó, pl.. arquiavós ou arquiavôs.

Árvore de costados descrição, com ou sem desenhos ou gráficos, das relações de parentesco dos quatro avós de uma pessoa. 2 Grande linha no meio da tábua genealógica ou tronco que se divide em outras linhas pequenas que se chamam e que denotam todos os descendentes colaterais de uma família. O mesmo que árvore de costados e árvore de geração.

antónimo - irmão germano-  meio  irmão

 

Capela (testador)    obrigações de ordem religiosa que o testador incumbiu o testamenteiro de cumprir ou fazer cumprir; exemplo, capela de missas.

Casadoiro  - está em idade de casar

casamento nuncupativo - o que é celebrado oralmente, sem mais formalidades com   a presença de seis testemunhas, para  haver motivo que justificação  da imediata realização do ato, ou quando um dos contraentes estiver em imediato risco de vida.

casamento putativo  - o que é nulo, mas foi contratado de boa fé por ambos os cônjuges ou um só deles.

casta - raça, geração.

Celibatário(a) que ainda não se casou.

cognação parentesco por consanguinidade; parentesco pelo sangue, de todos os membros de uma família natural ou civil, que tem um antepassado comum  

colateral -parente fora da  linha recta.

Comborça - concubina de homem casado, ou  vice-versa 

Concunhado -  homem em relação a outro quando as respectivas esposas são irmãs.

Concúbito - ajuntamento carnal; coito; coabitação.

Concunhado um homem em relação a outro quando as respectivas esposas são irmãs.

Cônjuge (casados em relação ao outro) em  consanguinidade ( vínculo entre pessoas unidas pelo mesmo sangue ou de um tronco próximo).

 Filho de ervas - filho de pais incógnitos.  

filho de coito danado  - filho sacrílego.

filho de leite - a criança, com relação à ama que a amamentou.

filho espúrio - filho nascido de pessoas que, entre si, não podem se casar em virtude de proibição legal; adulterino; incestuoso.

filho ilegítimo bastardo  - o que não provém de justas núpcias,

filho incestuoso - o que é nascido de pai e mãe com parentesco que os impede de casar.

filho natural - havido de pais solteiros, entre os quais não haja, ao tempo da concepção ou do parto, impedimento matrimonial.

filho putativo -  o que se supõe ser filho de alguém

filho sacrílego - do coito danado - filho de padre ou de   quem tenha feito voto de castidade

Genearca o primeiro progenitor de uma família ou o fundador de uma espécie ou linhagem.

genere et moribus a - sm processo eclesiástico para comprovação de pureza de sangue, exigida para aceitação em certos cargos ou honrarias. na expressão em latim "de genere et moribus".

heráldica Parassematografia-  arte dos brasões; conjunto de emblemas de brasão. 

hipocorístico  - tratamento  carinhoso ou familiar.

Homónimo - palavra    diferentes,  que dizem o    mesmo modo. Ou pessoas com o mesmo  nome

 impedimento dirimente- acarreta nulidade de.

irmãos colaços - pessoas que foram amamentadas pela mesma mulher, embora filhos de mães diferentes

irmãos uterinos - filhos da mesma mãe,

núbil   está em idade de casar; casadouro

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Honras de D. Mem Caldelas actual Santa Ovaia

 


Honras

 Honras de D. Mem Caldelas actual Santa Ovaia

     Couto (grande herdade) Gavias, (Gavinhas) de Jussão (de baixo) e de Sussão ( cima); Castanheira ( entre Gavinhas de baixo e Bobadela), Riba d' Alvia, Pena d' Alvia,  Lagos, Lourosa e Vila Pouca,) oferecidos pela a rainha D. Teresa e seu filho D. Afonso   deu  à Ordem do Hospital.

     Honras de Nogueira, doada por D. Afonso II, em 1211, ao seu aio Mendo Paes, e a seus filhos e netos. Situava-se junto ao rio Cavalos, cerca de Lourosa, Santa Olaia, Gramaços, Oliveira do Hospital, Bobadela e Loureiro.  (Doutor António Ribeiro de Vasconcelos esclarece)

   Honras do Outeiro, a Dominges Joannes lugar do Vale do Ricome, propriedade sita entre Gramaços e S. Paio - antiga Honra e solar com a flor de liz pertencente a Domingos Joannes, que, hoje figura no antigo escudo da cidade de Oliveira do Hospital.

     Honras e coutos eram compostos por uma ou mais freguesias, tendo em comum a característica da imunidade, da isenção de impostos perante a Coroa, e direito em fazer justiça sem oficiais régios.

Conde D. Henrique (Dijon, 1066 - Astorga, 12 de maio de 1112) sua mulher D Teresa   e seu filho D Afonso I doaram várias honras.

       Livro do Deão com Honras Fernão Mendes II governador das terras de Bragança, O Bravo (1095 - 1160) cunhado de Afonso I

     Sancho Nunes de Celanova  1130 - ?) Governador do território de Ponte de Lima , cunhado de  Afonso I

     Vermudo Petriz (Peres) Galleciae de Trav[b]a  morto em 1168, governador de Viseu cunhado de  Afonso I

     Fernão Peres de Trava,  governador de Coimbra.

Soeiro Viegas de Ribadouro (m. ca. 1187/9), fidalgo, rico-homem, cavaleiro medieval, e senhor de várias honras,  tenente de Lamego. e Egas Moniz,

      A Quinta de Pereira é uma quinta portuguesa localizada na área de Esmeriz, e antiga Honra e solar  pertencente a  D. Gonçalo Rodrigues da Palmeira (1130 - 1177) que deixou a seu filho  D. Rui Gonçalves Pereira (1170 -?), e do nome da sua honra  retirou o seu apelido

 

 

 

 

 

 

 

Honra - divisão administrativa portuguesa anterior a 1834, cuja jurisdição e rendimento pertencia a um Senhor Fidalgo.

A honra era um privilégio ganho pela força e prestígio da nobreza guerreira medieval Inquirições do reinado de D. Dinis referem as honras "velhas", que foram reconhecidas como honras "novas."

  Coutos e honras são manifestações do senhorismo medieval que existiu no Reino de Portugal. As propriedades na origem era pertença de laicos (as honras) e eclesiásticos (coutos), depois da Idade Média passaram na maioria a ficar nas mãos da Igreja. Nos finais do século XVII, províncias como Entre Douro e Minho tinham ainda um total de 21 honras.

    A carta de couto" especificava um território coutado e o âmbito dos poderes do seu senhor.

domingo, 17 de setembro de 2023

Maria Armanda Falcão, (Vera Lagoa) e Natália Correia,

 


Maria Armanda Falcão, (Vera Lagoa)  e Natália Correia 

1974

      Em 1974, com os meus quinze anos, vivi momentos polémicos e ferventes como esquerdista, e admirador de Zeca Afonso, Sérgio Godinho e outros que cantavam as músicas liberdade.

       As ruas e travessas da baixa de lisboa encheram-se de pessoas. Há que estugar o passo para seguir atras da multidão. Os de trás empurram os da frente que não conseguem avançar…

Eu sinto uma cotovelada e um pedido de desculpas… -foi sem querer.

Não tarda muito tempo, a ser acicatado por quem me pede desculpa, e sofro um pisão de uma sola de bota cardada e por outro pedido de desculpa. Pensei que mais podia acontecer…

O meu corpo e as minhas pernas começam a fraquejar com tanto encontrão.

 

    Comecei a passear com vaidade pelos salões de festa a comemorar o 25 de Abril de 1974 a brincar aos revolucionários com palpitações cardíacas. 

     Conheci os maiores provocadores da época: Maria Armanda Falcão, (Vera Lagoa) mulher de José Tengarrinha, Natália Correia, Arons de Carvalho e o medico António Duarte Arnaut a meados de 1974, no hotel Metrópole onde se encontrava “exilado o médico  Fernando Bissaya Barreto   Rosa”.

       Entre os registos fotográficos da minha memória correndo a geração dos anos setenta, tenho hoje à minha frente as fotografias desse tempo, sobretudo dos finais dos anos 60, em que Natália Correia (1923-1993) - «musa da Esquerda,  no PS e PRD  e da direita no PSD» tinha ao seu lado os provocadores, Luiz Pacheco, Almada Negreiros, Mário Cesariny e o travesti Guida Scarllaty, o poeta e declamador José Carlos Ary dos Santos, (1937- 1984), o actor Mário Viegas (1948 — 1996), Fernando Dacosta (1940) e sua amiga, Maria Armanda Falcão (Vera Lagoa) (1917 – 1996), a sereia da Direita. Esta surge incandescente, com uma determinação no olhar, tornando-se célebre; amada para uns e temida e odiada pelos que a esperavam nas encruzilhadas. À medida que a idade avançava tornou-se cada vez mais azeda e amarga com a alma virada do avesso.

Natália Correia e Maria Armanda Falcão  tinham o  espírito inquieto.  Natália Correia faleceu de madrugada, vinda de uma noitada, «algo que uma senhora de respeito, sinceramente, não faz…»

A vida agitada surpreendeu Natália Correia com morte na madrugada de 16 de Março de 1993. Vera Lagoa faleceu em Lisboa a 19 de Agosto de 1996 de ataque cardíaco. 

      As duas frequentavam as festas da alta sociedade. Natália Correia e Vera Lagoa foram convidadas para a festa do milionário Boliviano Antenor Patiño em 1968, segundo a opinião pública: «mostrou ser uma mulher de bom garfo (...)

       Conheci Vera Lagoa (1917-1996) com 57 anos após do 25 de Abril de 1974, naquela fase da sua vida em que me preocupava aconselhar-me com todas as ideologias políticas, opondo-se à crescente dominação ditatorial. Maria Armanda Falcão tinha a energia de um vulcão cheio de talento e imaginação, que só estava habituado a ver nos homens excepcionais. Estive perto dela à distância. O meu interesse nesse dia era conhecer Byssaia Barreto.

      Maria Armanda Falcão era considerada mulher de mau feitio por crispar por igual os moralistas da direita e da esquerda. Assumia a mordacidade na sua escrita ou com elegância e postura antagónica, atacava as grandes elites com desprezo.

    Tinha os momentos em que era divertida, versátil e muito expressiva quanto a tudo que achava ser nobre. Não lhe faltava a doçura e a generosidade em pessoa, e Natália Correia, não lhe ficava atrás. Era experiente, e conhecia muito bem a minha timidez e a pequenez dos homens. 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 10 de setembro de 2023

Conventus da Ordem de Santo Agostinho por Frei Domingos Luís Vieira

 

Frei Domingos Luís Vieira é mais conhecido por ser autor do Grande Diccionário Portuguez ou Thesouro de Lingua Portugueza, composto de cinco volumes, editados por Ernesto Chardron e Bartholomeu de Moraes, em 1872.

 frade agostinho,    Domingos Luís Vieira  nasceu na freguesia da Sé do Porto, na Rua dos Mercadores nº 33,  a 2 de Maio de 1775 e nela foi baptizado a 10 do mesmo mês . Faleceu a 4 de Maio de 1857 na Casa do Pedregal, na freguesia de S. Tiago da Mesquinhata, concelho também de Baião, contando 82 anos.

                     Conventus da Ordem de Santo Agostinho

  – Convento de Nossa Senhora da Graça de Lisboa, anteriormente chamado Convento de Santo Agostinho, inicialmente, pelo menos desde 1243, no Monte S. Gens e a partir de 1271, com nova casa.

– Convento de Nossa Senhora da Assunção de Penafirme, que teria sido fundado em 1226 por seguidores do beato Guilherme de Malavalle, grupo de eremitas que se uniram aos agostinhos em 1256.

– Convento de Santo Agostinho de Torres Vedras, mencionado em 1266, trasladado da Várzea Grande para o Hospital de S. Lázaro em 1544, e em 1578 para o local actual;

– Convento de Vila Viçosa, fundado em 126761;

– Convento de Santo Agostinho de Santarém, fundado em 1376;

– Convento de S. Lourenço dos Francos, em Bolardo, junto à Lourinhã, extinto por Montoya em 1555;

– Convento de Nossa Senhora dos Anjos de Montemor-o-Velho, criado em 1494, por Diogo de Azambuja63;

– Convento de Nossa Senhora da Graça – Évora,64 activo desde os princípios do século XVI;

– Convento de Nossa Senhora da Graça de Castelo Branco, fundado em 1526, por doação de D. Rodrigo Rebelo.

– Convento de Tavira, por trasladação da cidade africana de Azamor, fundado em 1542 por Frei Pedro de Vila Viçosa e com construção definitiva do convento, iniciada em 1569

– Colégio de Nossa Senhora da Graça de Coimbra, iniciado em 1543 e acabado de construir em 154867;

– Convento de Nossa Senhora da Luz de Arronches, fundado em 1574.

– Convento de Nossa Senhora da Graça de Loulé, dado aos agostinhos em 1574,

sendo antes franciscano68;

– Convento de Santo Agostinho de Leiria, fundado em 1576, pelo bispo Fr. Gaspar do Casal;

– Convento de N. S. do Desterro, Fonte Real. Deve corresponder a S. Bartolomeu dos Galegos (Lourinhã), onde existe a Quinta da Fonte Real. Estava activo em 1677 (Ms. 901, ff. 118-123, ANTT.);

– Convento de S. Pedro de Cete, beneditino, mas com o abade comendatário desde 1551, Luis de Montoya, eremita de Santo Agostinho, obteve do Papa a união do Mosteiro com o Colégio da Graça de Coimbra, tomando posse plena só em 161370;

– Convento de Nossa Senhora da Graça – Angra, na ilha Terceira, referido nas actas do capítulo de 1584;

– Convento de Nossa Senhora da Graça de Ponta Delgada;

– Convento de S. João Novo, no Porto, fundado em 1592;

– Colégio ou “Coleginho”de Santo Antão-o-Velho ou Santo Agostinho – Lisboa, Sede dos Cónegos regulares de Santo António e depois dos jesuítas, em 1593;

 – Colégio de Nossa Senhora do Pópulo – Braga, em 1596 por Fr. Agostinho de Castro;

– Convento de Nossa Senhora da Penha de França74 – Lisboa, em 1603;

– Convento de Nossa Senhora da Piedade – Lamego, em 1630, com igreja terminada em 1647;

                                            Conventos femininos

Convento de Santa Mónica ou Menino Deus, em Évora, criado antes como recolhimento de Emparedadas, desde o século XV;

– Convento de Santa Cruz de Vila Viçosa, em 1527, por testamento de Mendo Rui de Vasconcelos;

– Convento de Santa Mónica de Lisboa, fundado em 1586 por D. Maria de Abranches;

– Convento de Santa Ana de Coimbra, em 1610.

– Convento de S. Tomás de Vila Nova ou Santa Mónica em Angra.



sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Dicionário eclesiástico

 

Retalhos do Código de Direito Canónico

«Os cânones do Código não ab-rogam nem derrogam as convenções celebradas pela Sé Apostólica  permanecendo  em vigor, não obstante as prescrições contrárias a este Código.»




       A igreja colegiada anterior ao seculo XVI era autónoma, e mantida por uma comunidade presidida por um reitor, ou membro “secular” do clero, A sua administração e observância desse tempo é autónoma da diocese.

     No período medieval os residentes, pagando um vigário para empreender o serviço divino em seu lugar. As colegiadas eram igrejas menores ou capela com um baptistério capelas pertencente a um curato de uma ordem religiosa, autónoma, eram sustentadas pelos católicos locais:-Devem ser sustentadas pelos paroquianos; rendimentos do dízimo dos habitantes do termo (freguesia) e da subsistência vinda do Passal.

 Curato - ou curado - era uma zona geográfica eclesiástica (ordem religiosa) provida de um sacerdote secular, residente para cuidar das actividades religiosas da paróquia, autónoma - comumente referido na actualidade como Clero diocesano,

 Vigairaria é dirigida por um vigário (vicarius) e representante a dirigir as igrejas particulares de uma prelazia territorial sacerdote pago. As circunscrições eclesiásticas (Igreja  particulares) são referidas em Avô, Coja, Vide e Alvoco.     

Cada vigário tinha divisões territoriais e administrativas

     As capelas, ou vicariato Apostólico da prelazia territorial dos cónegos Regrantes de Santa Cruz de Coimbra com autoridade própria. Não estavam estabelecidas numa diocese, mas divididas e remetidas à responsabilidade de um vigário (administrador)  




(estatutos prelazia aprovados pela Santa Sé)

 A partir do século XIII, os Reis e bispos passaram a considerar os Prebendas  (    Rendimento eclesiástico).   Geralmente os legado em testamento prevê a execução de missas para o repouso das almas do testador e suas famílias pelo clero da colegiada ou seus vigários.

 

 O ímpeto das grandes transformações em edifícios religiosos deram-se no seculo XVII, após de 1622, no reinado do Filipe III de Portugal, IV de Castela, o Piedoso, levando muitas fundações de igrejas e reconstruções de capelas paroquiais existentes,  para melhores acomodações do chantre; a comumente intenção de facilitar a reitoria da paróquia para  se sustentar melhor.      

 Os edifícios eclesiásticos eram construídos nascente a poente.

     As Capelas eram apenas compreendidas pela área que hoje é designada por capela-mor.

    Ermidas - (apelidada) – casa religiosa fora (longe) das povoações.

Muitas ermidas tinham o corpo destinado á assistência de fiéis, e cerca de um metro destinado à mesa do altar

Pináculos encimados de Fogaréus:

Pináculos - Estrutura, geralmente cónica ou pontiaguda, que remata a extremidade de uma igreja

Fogaréus -Recipiente de ferro elevado em hastes, no qual, de noite, se acendem pinhas ou matérias inflamáveis para alumiarem.

 Todas as Capelas de São Cristóvão começaram por ser templos pequena dimensão. As datadas do início do século XVI, em sítios de outros templos que ao longo dos tempos foram sofrendo aumentos e reformas.

As Capelas S. Cristóvão  são  reconhecido pela Igreja católica depois do Séc. XII.

                                                                                  Seculo XIX

 A razão por que foram encontradas enterradas Imagens e peças de prata de uso litúrgico.

A fuga às tropas napoleónicas, os proprietários fizeram com que as suas peças valiosas fossem enterradas para não serem furtadas. E , por qualquer razão  que os impediu de as voltar a recuperar , em parte  por  morte , os seus cúmplices,  conhecedores do  enterramento    voltaram. ao local para se expropriar  dos bens do falecido.  O mesmo terá acontecido com os bandos de  ladroes, aprisionados, e sentenciados ao degredo  a Africa.  

                                               Seculo XX

 Sabemos que muitas acrópoles foram arrasadas para darem lugar a outros edifícios.    

 A ignorância dos padres:  «A Igreja condenava os cosméticos que desagradavam a Deus. O qual, é bem sabido, proíbe que se deforme o corpo que ele moldou com as suas mãos. »

      Cruz Trilobada - representar o símbolo da Trindade, com braços terminam na forma de um trevo.

      Messiânicas -    Relativo à vinda de um messias ou redentor

Joaquimitas- movimento heterodoxo de rigorosa observância da Regra franciscana, surgido no século XII, que surgiu a partir dos franciscanos seguidores do abade Joaquim de Fiore, que em m 1215, as  suas ideias foram condenadas no Quarto Concílio de Latrão. Onde foi duramente reprimido.

Pé de altar --rendimento que os párocos usufruem dos serviços religiosos prestados aos paroquianos

Os rendimentos do pé d’altar -- podem duplicar ou multiplicar, ou  por muito mais  o valor dos rendimentos certos:

Porta em  arco conopial – sinagoga de Tomar

Edículas gradeadas - nicho ou santuário

Pias Baptismais do século XvIII  estavam obrigadas a uma altura de 1,10m e a 2, 35m de perímetro de forma octogonal. 

Dia do aziago – dia de azar

 Côngrua - O que os habitantes de uma freguesia pagam ao pároco para sua sustentação.

Côngrua ou renda de sustentação, e quem chamasse  os encargos do ónus de cura paroquial: os rendimentos certos (a côngrua em sentido estrito) e os rendimentos incertos, no essencial o pé d`altar.

A primeira uma parcela em dinheiro e outra parte de pequenas prestações em géneros: um pequeno contributo de trigo para hóstias, vinho para as missas, cera para o altar-mor, azeite para a lâmpada, sabão para a lavagem dos sanguíneos e roupa da igreja, incenso para as principais festas, e uma pequena quantia em dinheiro para o ensino da doutrina.

Também podia ser uns alqueires/almudes de milho, cevada, centeio, pão meado de trigo.

 Quando não vai fixada aquela parte em dinheiro, o volume dos recebimentos em géneros é mais avultado.

 Acólito. (expor e repor a Sagrada Eucaristia. Vestes a alva e o cíngulo). Ordem maior subdiácono, diácono, sacerdote e bispo. servidor, ministro, pela qual o candidato recebe bênção especial para ajudar na Santa Missa e se aproximar do altar.

Diácono //  subdiácono  - transporta  as  hóstias e  vinho  ao sacerdote.

 Com o Concílio Vaticano II as ordens menores foram suprimidas (1961)

 Ostiariato -“ostium” que significa “porta -  conhecemos pelo nome de “sacristão” – é a ordem pela qual é comunicado ( seminarista) o poder especial de abrir e fechar as portas da igreja, de tocar os sinos e de abrir o livro ao pregador da palavra divina. Está-lhe confiado o cuidado de conservar tudo em perfeito estado, de cuidar das hóstias e do vinho. Deve guardar os livros usados nas funções litúrgicas. A ordenação do ostiário se faz entregando-lhe o bispo as chaves, as quais constituem a matéria. A forma são as palavras do Bispo proferidas neste ato: lembram-lhe como tem de dar conta a Deus pelas coisas que são fechadas com estas chaves.

 Ordem dos Frades Menores (em latim Ordo Fratrum Minorum.), também conhecida por Ordem de São Francisco. Convento do Varatojo -Vivem em obediência, sem nada próprio e em castidade.

Minoristas – clérigo da ordem menor

clérigos regulares recebem a  prima tonsura - 

A parte dos incertos da renda no essencial o pé d`altar dos curas e vigários, que vai menos vezes especificada, consta em alguns casos de alguns rendimentos de foros e rendas de passais e bens da igreja, , e dos diversos rendimentos paroquiais: o folar, o pé d`altar, as primícias, as sanjoaneiras. Muitas destes rendimentos incertos, vão englobados na designação geral de pé de altar.

 Os rendimentos do pé d’altar são as rendas dos párocos que não têm acesso à parte dos dízimos; -- estes, podem duplicar ou multiplicar, ou  por muito mais  o valor dos rendimentos certos da Côngrua :

O pé d`altar pode multiplicar por 10 o valor da côngrua (em dinheiro);

o memorialista diz que o pároco de Vila Pouca  tem de côngrua 40.000 réis e outros 40.000 pelo pé d`altar»

a renda dos incertos para os que  não têm  dizimaria ( recebe os frutos certos) , por vezes muito mais pequena.

 Côngrua de rendimentos certos vai fixada em dinheiro com mais alguns frutos. as queixas e lamentações vem sobretudo dos curas e vigários contra os baixos rendimentos e côngruas miseráveis que não lhes permitem ter casa digna que  possa  honradamente hospedar pessoas de obrigação, e  e cumprir com suas obrigações e estatutos. 7.000 Réis é considerada côngrua limitada ao vigário de Souto de Aguiar da Beira.

. Rendimento ténue também considera os 25.000 réis que regista de côngrua o vigário de Benespera, (c. Guarda).

O cura de Cidadelhe, Pinhel, regista de côngrua, em dinheiro, a módica quantia de 2.600 réis. A que se acrescentam 130 alqueires de centeio, 32 alqueires de trigo e 2 almudes de vinho. E diz que se precisava de 20.000 a 30.000 réis para a sua côngrua

 

      Em Mido ( antiga  freguesia  do município de Almeida) o curato é dito, cura sanjoaneira; vai assim definido, certamente, por receber os direitos de sanjoaneira (que por regra vão recolhidos e arrendados com os dízimos, tal como também as primícias), que neste caso ficam ao cura ou vigário.

sanjoaneira é um  rendimento  variável e  depende dos usos e costumes praticados nas paróquias, do volume dos actos religiosos e cultos realizados, legados testamentários; por isso lhe chamam também mais circunstancialmente, bens d`alma, rendimentos do culto, rendimentos do sino, estes decorrentes do serviço de toque de sino, por baptismos e óbitos, outras cerimónias e eventos festivos.

     As primícias na Bíblia, referem os primeiros frutos de uma colheita; os primeiros animais de uma cria como ofertam para o sustento dos sacerdotes (Deuteronômio 18:1-5). E as ofertas regulares individuais dos judeus nos tempos bíblicos.  

 O primeiro filho de um casal era conhecido como primícia (a primícia [primogénito] da filha).

     Quando era necessário dinheiro na paróquia, e o cura não tinha como exigir alem do que estava discipulado, pedia que lhe levassem as primícia [sexagésima parte da primeira colheita] em grão, vinho e azeite.

Também havia o dia das Primícia no primeiro dia após o sábado de Páscoa, Oferecendo-se ao Senhor um pequeno feixe da primeira colheita – desaparecido em 1910, como todos os dízimos, incluindo a Côngrua.     




Anacoreta – monge eremita

Antifonário -    livro de cântico litúrgico 

Apóstata – monge castigado

Asceta  -em esforço moral e físico.

Arúspice - Sacerdote que predizia o futuro consultando as entranhas das vítimas.

 

Bezerro-  Livros das actas do  capitulo geral /existe em  Singeverga

Botica-.  farmacologia  

Pos ila (Apostila )– sebenta  do monge

Brévia  - casa de descanso  por dias .

Beneditinos --  Ordem de São Bento   (Ordo Sancti Benedicti,  composta em 529 para a abadia de Monte de Cassino,

Breviário- livro de  horas

Capitulo -  sala de reuniões

 Carta de profissão – carta de professado  

Cartório- arquivo

Cartorário-mor Cartivista   - monge paleografico0

Casa maior com muitos monges

Casa menor – poucos monges (13)

Congula – manto amplo usado nos ofícios do coro

Colégio  - casa do estudo   

Celerário / Ecónomo – responsável pela administração  material.

Cenobita -  monges   em comunidade

Companheiro -   secretario do abade geral 

Costumeiros livro de costumes

Converso  - monge que não  esta destinado ao sacerdócio - leigo

corveira  (Trabalho) – com o carro de bois

cura   -   responsável da capela

corista – estagiário  3 anos depois do noviciado, em celas do Coristado

escapulário  - um avental caído 





                                                Época Medieval

 Pecado de fornizio – pecado sexual

  «barregã» -  também era utilizada para uma outra realidade social fora da esfera da Igreja, nomeadamente em relação às mulheres solteiras que se envolviam com homens solteiros e casados, como se constata no Sínodo de D. Diogo de Sousa, 24 de Agosto de 1496, na constituição 46, «Que falla dos barregueiros casados», em que a mulher solteira é acusada de corromper e de violar o casamento («o santo matrimonio seja per ellas corrompido e aviolado»), enquanto instituição, e de provocar danos («usos e gastos illicitos») e escândalos, nomeadamente às esposas legítimas76 que eram abandonadas pelos marido («serem desemparadas»), ficando deste modo sem sustento: 

 Tratado de Confissom - relativamente ao adultério feminino, verificamos a existência de uma circunstância excepcional em que a culpa do adultério cometido pela mulher era atribuída ao homem, pois, quando o marido não quisesse «jazer» com a mulher, e esta procurasse a companhia de outro homem, o pecado era apenas atribuído ao marido.

 Libro de las Confesiones –  refere-se o pecado «vanidat» e «loçanias» (vaidade) que está intimamente relacionado com o corpo das mulheres cujos ofícios são responsáveis pelo incentivo ao pecado.

      Quanto a outros pecados sexuais, verificamos que o «pecado sodomítico».

 

 Para os legisladores quatrocentistas, o baptismo devia ser feito o mais cedo possível. No entanto, este princípio nem sempre foi assim assumido. Essa é a razão pela qual, neste aspecto, no século VI, as preocupações diferem muito das do século XV, na medida em que no primeiro caso se referem baptismos de adultos, na sua maioria, e no segundo já se considera o de crianças recém-nascidas.»

O pecado contra natura foi considerado o pior dos pecados sexuais.

«Ainda he de saber que em luxuria pecam os homes e as molheres contra natura, que he o mais espantoso e o mais avorreçivill pecado de todos os outros…

«São raros os documentos que aludem o vício feminino»

non son demasiado frecuentes;  en los raros casos en los que se constata, las mujeres implicadas  recibían  muy mala consideración y eran castigadas, aunque no con la muerte, como en el caso masculino.»

 Homossexualidade feminina – as referências nos textos religiosos são escassas.

«A bestialidade, las relaciones sexuales del hombre con animales, es una acusación particularmente injuriosa…» bestialidade foi punida de morte.

 Livro do Levítico: «Se um homem tiver relações com a mulher menstruada, a impureza dela atingi-lo-á, e ele ficará impuro durante sete dias.»

 As jogralesas (jograis)e cantadeiras surgem-nos como mulheres que exibiam o corpo, chamando a atenção dos homens e das mulheres e eram acusadas de terem ofício do diabo, pois induziam os espectadores ao «amor malo», ou seja, através dos movimentos dos seus corpos, olhares e gestos, suscitavam nos homens e mulheres pensamentos sujos relacionados com o desejo carnal. Não nos podemos esquecer da presença das jogralesas e cantadeiras na poesia trovadoresca, nomeadamente em alguns cantares de escárnio e, por exemplo, a sátira de Pero da Ponte contra Maria Peres, a Balteira, famosa cantadeira e bailarina das cortes de Fernando III e Afonso X, cuja vida dissoluta proporcionou a criação de muitos escárnios.

 Os laboriosos bispos e os cónegos de Coimbra sentiam-se envaidecidos….  viviam  como reis.   O dia de gala, o coche do bispo era reconhecido em trânsito pela cidade de Coimbra. Saiam das carruagens a exibirem amplos chapeirões de aba larga, sapatos pretos e de couro com fivela de prata exibindo fitas pretas de seda sobre o peito do pé.