Arsénio de
Chatenay
Filho
de Tristão Lopes de Carvalho Cunha Castelo Branco. frequenta a escola de artes
de Coimbra e inicia o seu de Direito, na
Universidade de Coimbra, em 1845 (18 anos) sendo adornado de todas as qualidades que
distinguem um verdadeiro fidalgo, obtendo o grau de bacharel (licenciatura) em
1848.
Teve desde a infância o hábito singular
dos livros a ocupar-se com a escrita da sua imaginação; as aventuras com as quais ele
descrevia concisamente, a testemunhar as moléstias sociais da sociedade
portuguesa do final do século XIX., Possivelmente as que pôde ver!
Os
muitos testemunhos sobre Arsénio de Chatenay, impressos nas memórias (diários)
citados pelos seus contemporâneos de Coimbra:«
Havendo nele uma hereditariedade
judiciosa.»
António
da Cunha Castelo Branco desde logo conheceu figuras conhecidas da sociedade do
seu tempo, recolheu todos os ilícitos eventualmente praticados sem mencionar
nomes – ilustres ou não – nunca vieram a publico,
António Cunha Lemos de Azevedo Castelo
Branco procurou ser romancista dentro dos moldes eróticos que nunca ninguém
ousara fazer. Imitar o fraseado erótico francês.
Desde
logo que conheceu a natural curiosidade do envolvimento de figuras conhecidas
da sociedade do seu tempo, recolheu todos os ilícitos eventualmente praticados
sem mencionar nomes – ilustres ou não – nunca vieram a público. o seu verdadeiro
nome nunca se tornou conhecido nem divulgado na imprensa até 1880 que o
divulgava como ARSÉNIO DE CHATENAY.
Sobre
ARSÉNIO DE CHATENAY. Não se sabe de tudo quanto seria desejável.
A sua vida passa a ser feita na cidade
do Porto, Supomos que estava influenciado pelos modos de pensar evolucionistas
da cidade onde se registam ocasiões de ênfase do seu círculo de convivência com
os Plácidos; António José Plácido Braga,
as filhas, Ana Augusta Vieira Plácido (1831
–1895), Antónia Cândida Plácido Braga, mulher de Camilo, e a irmã (esposa
de António Bernardo Ferreira ( 1835 - 1907)
filho da Ferreirinha). Além dessa família
convivia
com D. António de Castelo Branco
Correia e Cunha de Vasconcelos e Sousa. (marquês de Belas) e António Joaquim
Vieira de Magalhães
Sabemos que esteve numa lista de solidário
que fizeram as suas contribuições quando o jornal Commercio de Portugal abriu
uma subscrição a favor das vítimas ( 120 pessoas) do incêndio do Teatro Baquet*,
na noite de 20 para 21 de Março de 1888
com uma lotação de 600 pessoas.
Sabemos
que viveu “ na sua bela vivenda do Porto ” no Ramalde, na rua da calcada e que
veraneou no palacete conde de Magalhães, António Joaquim Vieira de Magalhães (o
próprio menciona) na rua da Nazaré, Cascais.
Por morte de Arsénio de Chatenay iniciou-se um
inventário judicial dos seus bens que
foi inventariante a viúva.
Integrado
na sociedade portuense, pactuou com Camilo Castelo Branco. Os seus livros são
inspirados do que era conhecedor : relações dos aristocratas da cidade invicta, como a Condessa de Camarido(1), o Barão de
Argamassa, conde de Magalhães, e da vida
de esturdia de António Bernardo Pereira (1835-1907) filho da
Ferreirinha.
(1) A Condessa de
Camarido ( a tia Patrocínio, romance
queirosianos “A Relíquia” -.. Pela sua relação com um padre, que tinha um
enorme ascendente sobre ela, acabou por passar quase toda a fortuna para a
congregação do Espírito Santo, a que ele
pertencia,
(2) A família
impugnou e houve um processo muito complicado. O tempo arrastou-se e a casa da Condessa de Camarido caiu em ruinas.
Vivia
rua da calcada, perto do palacete de António José Plácido Braga (capitalista brasileiro, que
faleceu no desastroso naufrágio do vapor Porto, à saída da barra do Douro. Teve vários episódios conhecidos: oferece um cavalo a Camilo Castelo Branco, em
troca de uma caneta com que escrevia os sonetos. Era pai de Ana Plácido ,
mulher fatal de Camilo Castelo Branco, e de Antónia cândida Plácido Viera Braga,
casada com António Bernardo Pereira (filho da Ferreirinha).
António
da Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco vivia na rua da calcada, zona residencial dos capitalista da cidade do
Porto, como Ricardo Clamouse Browne
(1822/23-1870), homem misterioso; Ana
Máxima Corrêa de Proença (baronesa de Argamassa) e o Negociante, Bernardo José
da Silva, que foi morto pelas boas
relações que mantinha com a baronesa.
Suponho que o desapego entre António da Cunha Lemos de Azevedo Castelo
Branco e a família dá-se por razoes de
foro politico.
Fernando
Curopos
Fernando
Curopos foi quem restaurou a literatura erótica clandestina de Arsénio de Chatenay,
que permaneceu em segredo até que o “ Comércio do Porto, em 1886, publicou “O
Sr. António da Cunha, sob o pseudónimo de Arsénio de Chatenay ao estilo de Émile Zola (Paris, 2 de Abril de
1840 — Paris, 29 de Setembro de 1902). […]” - que suas inocentes e interessantíssimas
filhas não podem ler!”
Émile
Zola foi assassinado por desconhecidos em 1902.
António
da Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco, não foi excepção sofrendo alguns
atentados e escândalo refugiou-se na sua terra natal.
Fernando Curopos na sua opinião: o
imaginário erótico de Arsénio de Chatenay, nada tem de realista, nem
naturalista ou decadentista, e os toques libertinos patentes na obra também
fogem do modelo francês.»
Arsénio de Chatenay literalmente foi um
autor apagado da memória colectiva.
Eu considero
um romance finissecular oitocentista, consciente, de actos condenáveis, e
narrador ( Chatenay) está a par de tudo o que diz.
Alguns
dos seus romances fazem parte de acontecimentos em que esteve ligado, e
descreveu-os com autenticidade
Da produção de Arsénio de Chatenay conhecem-se
presentemente dez livros:
Os Jogos
Lésbios ou Os Amores de Joaninha (1877); A Galera Verde ou A Cadeia das Virgens
(1878); Sensualidade e Amor (1880 [2ª ed.]):
A Sedução
por Vingança (1880);
A Mulher Virgem, Mãe! (1880);
La Vendeta ou O Saldo de Contas (1880);
Ângelo e
Ada: episódios da entrada do Marechal Soult no Porto em 1809 (1882);
O Segredo do Capitão-mor de Oliveira (1884);
Os Mistérios do Asfondelo (1886);
A Menina da
Casa Mourisca (1888).
(Typographia de A. F. Vasconcellos. Porto.
1882. In- 8º de 342-II págs.)