terça-feira, 24 de maio de 2022

A Casa Pia das convertidas

                                   A casa pia das convertidas da irmandade Paixão de N. Sr. Jesus Cristo  
 

 

 A casa pia das convertidas de lisboa. Mulheres em prostituição e de exclusão familiar e matrimonial

Tomei o incentivo de investigar quem seriam, e nos arquivos da santa casa, que era um recolhimento de mulheres arrependidas, anexado ao mosteiro das penitentes em 1543 direccionadas para a caridade aos mais vulneráveis, e assistiam de forma catequizadora contra o  pecado.

     Casa Pia das convertidas de lisboa por iniciativa régia estava repartida em três: resguardo de órfãs Honradas; viúvas, desamparadas e mulheres “perdidas” .  As freiras penitentes de Santo Agostinho acordaram com a Irmandade de edificar o mosteiro junto às paredes da Ermida de Santa Ana,  , sob a protecção da rainha D. Catarina, mulher de D. João III, lavrando-se escritura da concordata, em 21 de Julho de 1561.

      Os recolhimentos órfãos Honradas; existe desde 1543,   sob  administração e  vigilância da  confraria  da  Paixão  de  Cristo,  preservando  a honra e virtude de jovens órfãs

Casa de Santa Maria Madalena penitente   recuperação de mulheres  em perigo de   cair  numa  vida dissoluta.

Lisboa era um palco  de  grandes  movimentações  populacionais  e  como  tal, a pobreza expunha-se   em grande numero . a   oferta  de  serviços  sexuais,  tornou-se  relevante  entre os monárquicos, republicanos e anarquistas sem verem   os  seus  maus  exemplos,  a  retirada  destas  mulheres  das  ruas

 

“Estava previsto na lei de D. Sebastião, de 1570, que as “mulheres de fortuna” fossem remetidas para ruas próprias “para se evitarem serem   inconvenientes    de  viverem     com  outra  gente

A lei castigava  as pessoas “que dão ou consentem alcouce em casa, e ás mães que prostituem suas  filhas” 

 

A Visitação reporta mulheres abandonadas com maridos ausentes em territórios ultramarinos, eram acolhiam pela Casa Pia das Convertidas.

     Finais do séc. XVIII     já havia ,  cerca  de  25  recolhimentos em lisboa  A  tutela  destas  instituições  foi  exercida  pelo  Estado,  através  da  Mesa  da  Consciência  e  Ordens religiosas ,     ou  por  entidades  por  si  designadas    Confrarias e Irmandades, e santa casa da  Misericórdia.

 

Confraria da Paixão de N. Sr. Jesus Cristo (id. 1961:73), que também administrava o Mosteiro das Órfãs Honradas destinado a “filhas de ministros e fidalgas cujos pais houvessem falecido em serviço da coroa”

 

Procurando-se um espaço mais adequado, o recolhimento foi transferido para a colina de Santana, junto da ermida da mesma  evocação.

 A comunidade passou a dispor de cuidado espiritual apropriado e a assistir ao culto através de uma grade  aberta  na  parede  do  edifício 

 O mosteiro das Penitentes da Paixão de Cristo      convertendo-se  em  1561  no  mosteiro  de  Sant’Ana  de  religiosas da terceira Ordem de S. Francisco,  sob a regra de Santa Clara.

Recolhimentos das Convertidas

 

 Recolhimentos das Convertidas

 

   O Recolhimentos das Convertidas  foi Inspirado  em Theodóra imperatriz bizantina que  criou um convento no lado asiático do Dardanelos chamado Metanoia ("arrependimento"), onde ex-prostitutas podiam  aprender novos ofícios para que pudessem sobreviver sem ter que exercer a antiga profissão.   Ela expandiu os direitos das mulheres no divórcio e no direito de posse, instituiu a pena de morte para o estupro, proibiu o abandono de crianças indesejadas, deu às mães algum direito de guarda sobre os filhos e proibiu o assassinato de mulheres culpadas de adultério. 

 

 

Observação:  A sua história conta:   Nascida em Creta no século 6, Teodora emigrou para Constantinopla para fugir da miséria, onde começou a trabalhar num prostíbulo com apenas 19 anos de idade. Graças aos seus talentos e grande beleza, a jovem cobrava caro por seus serviços  como  dona de seu próprio bordel. 

                                         Recolhimento de Braga 

  Em 1586, foi fundada pela Companhia de Jesus, o Recolhimento para reformar mulheres erradas e arrependidas na Rua das Chagas, desde a Rua do Loreto até à Rua da Horta Seca. Referida na Corografia Portuguesa do padre António Carvalho da Costa – é administrada por doze homens nobres, e um provedor fidalgo de título.

Cada ano é feito uma eleição com a presença de um padre da Companhia de Jesus indo de propósito de São Roque. Desconhecendo-se a configuração original do edifício setecentista construído em 1756 pelos padres carmelitas ou quais as alterações feitas no século e meio seguinte;

 As mulheres e vivem em clausura, e recolhimento governadas por uma regente- mulher nobre fidalga de bom porte, como as abadessas de um mosteiro.

 

Historia Custodial dos Fundos Eclesiásticos; Diocesanos de (1630)  Lisboa refere: Sendo provedor desta casa D. Manuel de Moura, conde de Lumiares, filho de D. Cristóvão de Moura, marquês de Castelo Rodrigo,  o D. Felipe II doze moios de trigo de renda, e trezentos mil réis de juro para seu sustento. O rei D. Pedro II lhe deu também duzentos mil reis de renda cada ano."

 

     Ainda são pouco conhecidas as histórias das  instituições ou Recolhimentos das Convertidas, também referidas como Casa Pia da Penitentes.  O existiram em Lisboa o Recolhimento da Natividade de Lisboa e Recolhimento de Santa Maria Madalena. O exemplo que também passou ao mundo rural em conformidade com muitos outros recolhimentos da cidade de lisboa, Coimbra e Braga,   que, procuraram  adaptar-se às realidades do seu tempo, aceitavam  prostitutas e pessoas com outro fins.

  

«existem hquatro ou cinco [mulheres], e já de avançada idade que estão hoje mui necessitadas, e parece que simplesmente vivem de esmolas (…)

      A extinção das ordens religiosas, as  religiosas   vêem-se  na contingência de abandonar o convento de Rilhafoles, sendo recolhido no pobríssimo Recolhimento das convertidas de S. Maria Magdalena, na Rua do Passadiço a S. José .cada uma num  cubículo apertado, èrmo de todos os conchegos para a doença, e para a saúde. Cama rija e desamorosa, e poucos livros [...] um desamparado ninho, onde penavam á mingua quatro velhas, muito velhas e muito sanctas [...] [nele existindo] uma arruinada

 

                                        Convento de Corpus Christi

        Convento de Corpus Christi dos Religiosos Carmelitas Descalços/ Recolhimento da Natividade de Nossa Senhora e Santa Maria Madalena.

Em 1772 o edifício é comprado para nele se instalar o Recolhimento da Casa Pia das Convertidas ou Casa da Piedade das Penitentes, (confrontação das actuais ruas do Telhal, Rua de Santo António dos Capuchos e Calçada do Moinho de Vento) que havia sido fundado numa casa na Rua do Loreto em 1587.

 Convento dos Religiosos de Santa Teresa; Recolhimento da Natividade de Nossa Senhora e Santa Maria Madalena; Recolhimento da Encarnação e Carmo; Recolhimento do Passadiço (sito) mais tarde rua do Passadiço, freguesia de S. José (estava à venda na Gazeta de Lisboa de 23 de Julho de 1805) Ainda que não explicite a localização exacta ou o nome do recolhimento em causa, admite-se que se trate do mesmo visto não haver qualquer notícia da existência de outro recolhimento na história da Rua do Passadiço. No entanto, desconhece-se o motivo da tentativa da venda ou sequer a sua consubstanciação, uma vez que não há notícia de que o recolhimento tenha mudado de mãos.

«Em 1841 Francisco Ignácio dos Santos Cruz refere que em os antigos tempos, muitas prostitutas se admittião nesta casa, hojé porém nenhnella se admite.»

 As recolhidas da Encarnação e Carmo (a Rilhafoles) mudam-se para o edifício do Passadiço,

 

A 10 de Novembro de 1855, uma portaria do governo colocou o edifício do Recolhimento da Encarnação e Carmo (a Rilhafoles) à disposição do Hospital Real de São José, a fim de para ali se transferirem alguns doentes das suas enfermarias. Nesse contexto, foram dadas instruções para a passagem das recolhidas de Rilhafoles para o edifício do Passadiço, transitando as ocupantes deste último para o Recolhimento do convento do Rego

 1906 Extinção dos  recolhimentos  lisboa. 

Observações:

Casa das Convertidas", em Braga inaugurado em 25 de Abril de 1722. Casa das Convertidas", em Coimbra (Paço de Cantanhede). 

 

 

Recolhimento de Galizes e Vila Pouca da Beira.

                                                Solar de Galizes do Marquês de Pomares 
 

As casas de recolhimento de Galizes e Vila Pouca da Beira.

 Bispo D. João de Melo fundou em 1690 um recolhimento para mulheres convertidas que veio a designar-se posteriormente «Recolhimento do Paço do Conde», quando em 1696 ficou instalado no antigo paço do conde de Cantanhede.

 

 

Ainda que não explicite a localização exacta ou o nome do recolhimento em causa, admite-se que se trate de dois recolhimentos, cuja génese datará da primeira metade de seiscentos. Ambas as instituições mantiveram a sua independência, visto não haver qualquer notícia que os relacione entre si.

 Genoveva Maria (Viegas) do Espírito Santo,( 1732 - 31 de Dezembro de 1821) fora a regente do  recolhimento de Vila Pouca da Beira, que é mencionado antes de ser passada a  licença para a fundação do Convento do Desagravo concedida a 19 de agosto de 1780.

As casas de recolhimento (das convertidas) de Galizes e Vila Pouca da Beira de pequenas dimensões aposentos suficientes e coadunáveis ao fim a que se destinava, bem como uma capela ou igreja onde poderiam decorrer as celebrações religiosas. Não deixam rasto

 

       Genoveva era filha de um casal abastado, proprietários de terras de cultivo: Maria Viegas e de João de Abrantes (ou Abranches). A 1 de maio daquele ano era baptizada na Igreja de São Sebastião de Vila Pouca da Beira. Era parente de um cónego da sé de Coimbra. Os seus pais e irmãos tinham boas relações com as famílias os mais nobres da terra.  

O Franciscano António de Vasconcelos sumariza enfaticamente Genoveva como «Uma pobre pastora de Vila-Pouca, analfabeta, rústica boçal, mas infamada em amor a Deus e animado por inspiração do alto, foi o instrumento de que nosso Senhor se serviu para realizar essa obra”

   A prostituição e de exclusão familiar e matrimonial eram abrigadas nos recolhimentos das Mulheres Convertidas.  Visitação reporta mulheres abandonadas com maridos ausentes em territórios ultramarinos, acolhidas pela Casa Pia das Convertidas de Lisboa.