Ordem de Cister
Quando nos debruçamos sobre a ordem de
Cister em Portugal, podemos ter em conta que, foi o prior João Cirita quem
abriu as portas a Cister, colocando-os na Beira, onde a ordem começou por
construir mosteiros e eremitérios já com a reforma da ordem de S. Bento. Está
documentado que, os mosteiros, de Lafões, de Tarouca e de Sever não tiveram
qualquer ligação ao monacato Beneditino.
A fundação deste convento (calcula-se que
em 1123) pelos frades da regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, que aderiram
logo em seguida à Ordem de São Bernardo ou Beneditinos. A fundação do mosteiro
é anterior à fundação de Portugal. Dizem alguns historiadores, são da opinião
de que, o verdadeiro fundador do mosteiro foi João Peculiar e não João Cirita,
mas que, em virtude de João Peculiar ter sido chamado a desempenhar outras
funções importantes, ficou o mosteiro, logo no início, sob as ordens de João
Cirita, e daí o seu nome estar associado à sua fundação, juntando os eremitas
que pelas encostas do Vouga viviam isolados, obteve licença para a construção
do Convento de São Cristóvão de Lafões com o apoio de D. Teresa, mãe
de D. Afonso Henriques, - que não passam de ideias eclesiásticas, dado que os verdadeiras
arquivos que podiam descrever a historia deste mosteiro perderam-se no incêndio
do seminário de Viseu. Por dentro de um outro pretexto, escreveu-se em 1721: «o Convento de São
Cristóvão Lafões sofreu dois incêndios que danificaram o seu cartório sem que
nada fosse recuperado, perdeu as capacidades de reivindicar ou negar a sua
história.»
Em 1163
o convento adere à ordem dos monges cistercienses, como aconteceu a quase todos
os mosteiros beneditinos.
1130- Num foral sobre
Riba Coa, actual freguesia de Castelo Rodrigo, antes da reconquista de santarém
e lisboa em 1147 leva-nos a pensar, que
uma comunidade primitiva de beneditinos eremitas terão iniciado a construção do
Mosteiro de Santa Maria de Aguiar junto à ribeira de Aguiar, afluente do rio
Douro, e que na primeira década de 1170
vieram a integrar a Ordem de Cister, com a regra vigente era do tipo monacal
(exercida por monges), ou seja, vivendo e trabalhando em locais afastados dos
povoados.
1175 – Primeiro
documento sobre Mosteiro de Seiça,
mais tarde doado por D. sancho I que entrega o seu padroado ao Mosteiro de
Alcobaça, sem qualquer indicação da sua anterior observância.
1206- Assinalava ainda
regra beneditina
1224 – Bispo e cabido
de lamego autorizaram a transferência do mosteiro de Arouca para a ordem de Cister.
1147 -
Aparece a
primeira referência documentada sobre a Ordem de Cister em Portugal
?-06- 1140 – Uma carta
foral (carta de couto) ao mosteiro de S. João de Tarouca, logo após da vitória
sobre os mouros em Trancoso.
1140 A 1161 dois documentos
referem a emanação da chancelaria régia ao Mosteiro de Tarouca e ao de Lafões,
fazendo desses dois mosteiros a disputarem entre si a primazia da obediência da
ordem de Cister
1-10-1149 – É passada uma
licença de um mosteiro da regra de S. Bento sob a nova reforma
A juntar a esse profundo emaranhado de dúvidas
e hipóteses, há ainda que considerar um outro caso: a união do antigo eremitério
de Sever ao mosteiro de Tarouca em 1141,
para que nele se introduzia-se a ordem de S Bento.
Quanto há referência das regras da Ordem
Benedita antes da nova obediência renovada com novas indicações expressas de
uso cisterciense, há que ter em conta que, com a alteração da obediência, a
regra continua sendo a mesma: Cister é apenas uma reforma visando a purificação
da regra benedita e a sua vivência.
Mosteiros
beneditos, antes de passarem param Cister:
S.
Pedro das águias
Santa
Maria maceira do Dão
Bouro
Fiães
Júnias
Mosteiros
feminino Beneditinos, antes de passarem para Cister:
Lorvão
- Embora
a época da fundação do mosteiro tenha sido aventada ao século VI, a data mais
provável dessa fundação será na sequência da primeira reconquista cristã de
Coimbra, em 878.
Arouca
De acordo
com as fontes documentais, foi fundado na primeira metade do século X, como um
pequeno mosteiro habitado por uma comunidade religiosa sob a invocação de São
Bento de Núrsia.
Mosteiro
Bouças de Leça do Balio - Presume-se que no local exacto onde hoje se situa o
mosteiro terá existido um templo romano dedicado a Júpiter (do século I), e uma
Villa Decia junto ao local. Ao longo de todo o século XI o primitivo mosteiro é
referido em diversos documentos coevos:
1003
Descreve-se a doação do mosteiro a D. Tructesindo Osores e sua mulher D. Unisco
Mendes, padroeira do mosteiro.
1021,
o mosteiro foi deixado aos filhos do casal, mas em 1094, o padroado foi
transmitido à Sé de Coimbra, por doação de Raimundo de Borgonha, conde da
Galiza, e sua mulher Urraca I de Leão e Castela.
Crê-se
que D. Guntino (prior do mosteiro no século XI), tenha feito obras no mosteiro
e renovado a igreja.
3
(1112-1185)
D. Afonso Henriques doou o couto de Leça à Ordem dos Hospitalários, a primeira
das Ordens Militares documentada em território português. No primitivo mosteiro
estabeleceu-se a Casa Capitular da Ordem, que passou, posteriormente, a sede de
um de diversos bailiatos, de onde adveio o topónimo à povoação: Leça do Bailio
com o Castelo de Neiva
Na
posse dos Hospitalários, o primitivo mosteiro recebeu mais ampliações e
reformas que lhe deram feições de natureza militar em estilo românico, cujo
elemento mais marcante foi a construção de uma sólida torre ameada. A época em
que os hospitalários tomaram posse do couto terá sido riquíssima para o
mosteiro, uma vez que a ele pertenciam inúmeras igrejas do actual concelho de
Matosinhos.
1180 O mosteiro foi
reedificado por D. Gualdim Paes de Marecos, eme dedicado a Santa Maria.
1330
a 1336, - O actual templo, síntese do estilo românico e gótico, remonta a uma
grande campanha construtiva iniciada pelo prior da Ordem, D. Frei Estevão
Vasques Pimentel. Foram renovados ainda os edifícios monacais e o claustro, dos
quais vários elementos chegaram até aos nossos dias. Neste mesmo mosteiro foi
celebrado o matrimónio do rei D. Fernando (1367-1383) com D. Leonor Teles.
Posteriormente, no contexto da Crise de 1383-1385, ali esteve o Condestável
Nuno Álvares Pereira, em 1385, no início da jornada que lhe deu a posse do
Castelo de Neiva e de outras localidades na região.
Segundo
José Matoso “eremitérios portugueses” do seculo XII encontravam-se a norte do
Rio Douro.
1127
– S. vicente fragoso – Barcelos
1133
- S. Comba do Rio Corgo – St Marta de Penaguião
1134
– S Pedro da cova – Gondomar
S Maria do Vilarinho de Parede -
Sabrosa
1140
– S Cruz do Bispo – Maia
1145
– S João da Foz do Douro – Porto
1180
– S Eulália de Vandoma – Paredes
S Miguel de Azevedo – Caminha
É
de notar que os cistercienses se localizaram em espaços longe dos ocupados
pelos Beneditos, sempre afastados de lugares habitados e juntos a cursos de
água.