terça-feira, 26 de março de 2013


Ordem de Cister



     Quando nos debruçamos sobre a ordem de Cister em Portugal, podemos ter em conta que, foi o prior João Cirita quem abriu as portas a Cister, colocando-os na Beira, onde a ordem começou por construir mosteiros e eremitérios já com a reforma da ordem de S. Bento. Está documentado que, os mosteiros, de Lafões, de Tarouca e de Sever não tiveram qualquer ligação ao monacato Beneditino.  

     A fundação deste convento (calcula-se que em 1123) pelos frades da regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, que aderiram logo em seguida à Ordem de São Bernardo ou Beneditinos. A fundação do mosteiro é anterior à fundação de Portugal. Dizem alguns historiadores, são da opinião de que, o verdadeiro fundador do mosteiro foi João Peculiar e não João Cirita, mas que, em virtude de João Peculiar ter sido chamado a desempenhar outras funções importantes, ficou o mosteiro, logo no início, sob as ordens de João Cirita, e daí o seu nome estar associado à sua fundação, juntando os eremitas que pelas encostas do Vouga viviam isolados, obteve licença para a construção do Convento de São Cristóvão de Lafões com o apoio de D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, - que não passam de ideias eclesiásticas, dado que os verdadeiras arquivos que podiam descrever a historia deste mosteiro perderam-se no incêndio do seminário de Viseu. Por dentro de um outro pretexto, escreveu-se em 1721: «o Convento de São Cristóvão Lafões sofreu dois incêndios que danificaram o seu cartório sem que nada fosse recuperado, perdeu as capacidades de reivindicar ou negar a sua história.»
     Em 1163 o convento adere à ordem dos monges cistercienses, como aconteceu a quase todos os mosteiros beneditinos.




1130- Num foral sobre Riba Coa, actual freguesia de Castelo Rodrigo, antes da reconquista de santarém e lisboa em 1147 leva-nos a pensar, que uma comunidade primitiva de beneditinos eremitas terão iniciado a construção do Mosteiro de Santa Maria de Aguiar junto à ribeira de Aguiar, afluente do rio Douro, e que na primeira década de 1170 vieram a integrar a Ordem de Cister, com a regra vigente era do tipo monacal (exercida por monges), ou seja, vivendo e trabalhando em locais afastados dos povoados.

1175 – Primeiro documento sobre Mosteiro de Seiça, mais tarde doado por D. sancho I que entrega o seu padroado ao Mosteiro de Alcobaça, sem qualquer indicação da sua anterior observância.
1206- Assinalava ainda regra beneditina
1224 – Bispo e cabido de lamego autorizaram a transferência do mosteiro de Arouca para a ordem de Cister.
 1147 - Aparece a primeira referência documentada sobre a Ordem de Cister em Portugal
?-06- 1140 – Uma carta foral (carta de couto) ao mosteiro de S. João de Tarouca, logo após da vitória sobre os mouros em Trancoso.
1140 A 1161 dois documentos referem a emanação da chancelaria régia ao Mosteiro de Tarouca e ao de Lafões, fazendo desses dois mosteiros a disputarem entre si a primazia da obediência da ordem de Cister
1-10-1149 – É passada uma licença de um mosteiro da regra de S. Bento sob a nova reforma

     A juntar a esse profundo emaranhado de dúvidas e hipóteses, há ainda que considerar um outro caso: a união do antigo eremitério de Sever ao mosteiro de Tarouca em 1141, para que nele se introduzia-se a ordem de S Bento.
 Quanto há referência das regras da Ordem Benedita antes da nova obediência renovada com novas indicações expressas de uso cisterciense, há que ter em conta que, com a alteração da obediência, a regra continua sendo a mesma: Cister é apenas uma reforma visando a purificação da regra benedita e a sua vivência.
Mosteiros beneditos, antes de passarem param Cister:
S. Pedro das águias
Santa Maria maceira do Dão
Bouro
Fiães
Júnias
Mosteiros feminino Beneditinos, antes de passarem para Cister:

Lorvão - Embora a época da fundação do mosteiro tenha sido aventada ao século VI, a data mais provável dessa fundação será na sequência da primeira reconquista cristã de Coimbra, em 878.
Arouca De acordo com as fontes documentais, foi fundado na primeira metade do século X, como um pequeno mosteiro habitado por uma comunidade religiosa sob a invocação de São Bento de Núrsia.
Mosteiro Bouças de Leça do Balio - Presume-se que no local exacto onde hoje se situa o mosteiro terá existido um templo romano dedicado a Júpiter (do século I), e uma Villa Decia junto ao local. Ao longo de todo o século XI o primitivo mosteiro é referido em diversos documentos coevos:
1003 Descreve-se a doação do mosteiro a D. Tructesindo Osores e sua mulher D. Unisco Mendes, padroeira do mosteiro.
1021, o mosteiro foi deixado aos filhos do casal, mas em 1094, o padroado foi transmitido à Sé de Coimbra, por doação de Raimundo de Borgonha, conde da Galiza, e sua mulher Urraca I de Leão e Castela.
Crê-se que D. Guntino (prior do mosteiro no século XI), tenha feito obras no mosteiro e renovado a igreja.

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(1112-1185) D. Afonso Henriques doou o couto de Leça à Ordem dos Hospitalários, a primeira das Ordens Militares documentada em território português. No primitivo mosteiro estabeleceu-se a Casa Capitular da Ordem, que passou, posteriormente, a sede de um de diversos bailiatos, de onde adveio o topónimo à povoação: Leça do Bailio com o Castelo de Neiva
      Na posse dos Hospitalários, o primitivo mosteiro recebeu mais ampliações e reformas que lhe deram feições de natureza militar em estilo românico, cujo elemento mais marcante foi a construção de uma sólida torre ameada. A época em que os hospitalários tomaram posse do couto terá sido riquíssima para o mosteiro, uma vez que a ele pertenciam inúmeras igrejas do actual concelho de Matosinhos.
1180 O mosteiro foi reedificado por D. Gualdim Paes de Marecos, eme dedicado a Santa Maria.
1330 a 1336, - O actual templo, síntese do estilo românico e gótico, remonta a uma grande campanha construtiva iniciada pelo prior da Ordem, D. Frei Estevão Vasques Pimentel. Foram renovados ainda os edifícios monacais e o claustro, dos quais vários elementos chegaram até aos nossos dias. Neste mesmo mosteiro foi celebrado o matrimónio do rei D. Fernando (1367-1383) com D. Leonor Teles. Posteriormente, no contexto da Crise de 1383-1385, ali esteve o Condestável Nuno Álvares Pereira, em 1385, no início da jornada que lhe deu a posse do Castelo de Neiva e de outras localidades na região.

Segundo José Matoso “eremitérios portugueses” do seculo XII encontravam-se a norte do Rio Douro.

1127 – S. vicente fragoso – Barcelos
1133 - S. Comba do Rio Corgo – St Marta de Penaguião
1134 – S Pedro da cova – Gondomar
          S Maria do Vilarinho de Parede - Sabrosa
1140 – S Cruz do Bispo – Maia
1145 – S João da Foz do Douro – Porto
1180 – S Eulália de Vandoma – Paredes
          S Miguel de Azevedo – Caminha

É de notar que os cistercienses se localizaram em espaços longe dos ocupados pelos Beneditos, sempre afastados de lugares habitados e juntos a cursos de água.

Projecto de viagem de Lisboa ao Porto por linha férrea

 16-09-1856 – Com um projecto de viagem de Lisboa ao Porto em doze horas por linha férrea, quando na normalidade as pacata diligências com seis pessoas levavam cinco dias, sempre com a possibilidade de algum assalto pelo caminho. O percurso mais seguro seria de barco ao longo da costa com o mesmo tempo, mas mais seguro caso não houvesse alguma tempestade marítima, que impossibilitasse a velocidade do navio. Conta-se que qualquer tempestade fazia com que o navio ancora-se no primeiro porto, e ali permanecessem até o final da tempestade.
 Muitos aristocratas viajantes à Grã-Bretanha, depois de viajarem de comboio naquele país acharam que o comboio em Portugal seria um grande progresso, e pressionaram o rei D. Pedro V a viabilizar um projecto com os engenheiros ingleses. Veio a primeira locomotiva já usada nas linhas férreas inglesas para a inauguração da linha férrea Portuguesa, desde o estacão de santa Apolónia ao Carregado numa locomotiva a vapor com pouca potência.
Esta, puxava umas tantas carruagens cheias de convidados que ficaram dentro delas ao longo da linha para que a primeira carruagem que levava D. Pedro V a bordo chega-se ao ponto festivo da inauguração da linha férrea, no Carregado.
A locomotiva tinha força para puxar umas quantas carruagens cheias de gente, e toda aquela gente abandonada nas carruagens através do percurso da linha acabaram por serem resgatadas pelos seus serviçais e lacaios um dia ou mais depois do sucedido.
A alta sociedade convidada pelo Rei D. Pedro nunca esqueceu aquele dia, que acabou por passar através dos seus descendentes até aos nossos dias.

Topónimos Actuais


 Topónimos Actuais


     Os nomes topónimos actuais vieram com a evolução semântica das palavras, e com a origem da forma clássica do vocábulo arcaico.
     Embora muitas vezes os vestígios arqueológicos não permitam concluir a origem para que se faça a semelhança do que sucedeu no outrora, surgem um elevado numero de topónimos. Cada um revela a sua versão fantasiosa que nos leva a excluir a possibilidade da verdadeira designação.
     Os nomes, topónimos actuais, apareceram com a evolução da semântica das palavras, com a origem clássica do vocábulo arcaico.
     Embora não exista explicação plausível para a origem do nome de certas localidades, há quem opine, embora com pouca convicção. Tudo se relaciona com vocábulo arcaico com varias interpretações, em termos latinos e árabes. Entre várias hipóteses existe a mais provável, que sustenta a designação mais credível.
     A origem dos topónimos possivelmente pudera sido todavia outros.
     Segundo, existem muitos estudiosos e várias versões, todas elas a sintonizarem-se por diferentes vocábulos e suas teses, argumentadas pelo estudo de documentos com origens e designações de topónimos em galo-celta, árabe e latim. A maioria remete a origem dos topónimos para a presença romana, defendendo as versões vindas do vocábulo do latim, mas há quem discorde dos seus antropónimos e os considere fito topónimos. Quanto a outros investigadores continuam sem saberem dar resposta consensual, deixando a lendas descreverem-se por si.
       Uma grande parte das actuais cidades teria sido anteriormente povoadas com fortificações pré-históricas, romanizadas, sucessivamente ocupadas pelos visigóticos, árabes, mais tarde acastelados e circunvizinhados por judeus e moçárabes.
     A actual cidade de Seia, documentada fundada há 2400 anos pelos túrdulos sob a dominação de “ Oppidum Sena” que na reconquista cristã passou a chamar-se “Civitatem Senam.” Fundada por pastores vindos do norte da europa em direcção ao sul, que procuravam um lugar com bom pasto para se fixarem com os seus rebanhos e suas famílias. Faziam-se crer de um mito que, os Deuses conduziam os seus animais até que eles decidissem parar. E este lugar seria o escolhido. Com o ajuntamento de muitas famílias no mesmo lugar veio a constituição de “ Oppidum Sena.”




     Podem-se ver em vários documentos antigos –“pesquisadores procuravam o melhor lugar para assentar a construção de um mosteiro ou castelo. Escolhiam um lugar favorável aos seus augúrios, e lançavam os seus fundamentos: ” os castelos eram construídos em lugares de difícil acesso, a permitir a defesa e o espaço aberto de vigia ao horizonte.
     Avis, foi escolhido por terem sido encontradas duas aguias sobre uma azinheira. O primeiro edifício a ser edificado era uma torre muito elevada, a alcáçova, - o único reduto de resistência mesmo da seguintes construções, as muralhas à sua volta.
     Em certas localidades das províncias da Beira, aparecem desígnios de corvos gravados em pedra, e pelo estudo, aquelas aves que ali teriam existido eram consideradas pássaros divinos. O corvo era uma ave profética sagrada – símbolo, segundo as crenças antigas, “de um mau agoiro, que pressentiam a morte e a transmitiam com o seu gosmar.”

Muitos nomes provêm de forma genitiva antemedieval, do antropónimo germânio, como Sesmordi para Sermonde

Topónimos      – nome de uma localidade
Étimo              – palavra considerada como origem de outra
Fito topónimo – propósito que se pensa do nome de uma localidade
Homónimos    – o que tem o mesmo nome
Antropónimos - nome próprio, sobrenome ou apelido

Frádigas – (freguesia. De Vide conselho De Seia) - um povoado que suscita muita polemica quanto a várias interpretações…
Topónimo associado a “Frádiques”  - povoação ou local  pertencente a uma comuna  de frades. Mas há quem remeta para a existência de fragas: rocha escarpada, penhasco, rochedo, e superfície pedregosa com altos e baixos. Não ficando por essas possibilidades, porque, pode-se também associar a “aforádigas”- vocábulo do português arcaico, que é um lugar com a concepção de uso e fruto de propriedade por longo prazo mediante de uma renda paga através de” lagarádigas” produtos vinícolas, ou “eirádigas” produtos de cultura, renda abolida no seculo XVII.



Sesimbra- há quem defenda que a designação Sesimbra, provem de Zambra de origem romana, mas os estudiosos recuaram mais no tempo, e afirmam que o nome primitivo “Sesimbrigue” de origem Celta Zimbro-celtibera ou caspiana numa grafia geográfica ptolemaica que se situava estendida alem da periferia da serra da Arrábida. Que se tornou a tese mais provável, escrita num documento do seculo IV a referir pela primeira vez “Ceupsi briga” ou “Censi briga” de origem celta, o burgo de Cempsos que, de origem celta. Chegando aos tempos de hoje através de vários vocábulos a Sesimbra. - Segundo Carlos Tavares da Silva, encontrou e registou material do Outeiro Redondo em Sesimbra, sugerindo um período de ocupação situado cronologicamente por volta de 2500/2400 a.C.



     Castelo Mendo – A população que vivia numa povoação de menor altitude, transferiu-se para o Castelo Mendo, pelo ataque de uma praga de formigas. Praga essa que também faz parte das origens lendárias de castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha e Piódão.
     Castelo Novo – conselho do fundão – terá havido um castelo velho a poente  do castelo novo, onde ainda restam vestígios de uma fortificação no alto da serra.

Beja                  – Pax Julia – Latim
Castelo Branco – Castra Leuça, elevada a cidade em 1771 pelo rei D. José que lhe fez a mudança do nome.
Braga                – Bracara Augusta – Latim
Buçaco             – teve varias grafias como Bruzzarcro
Alfarim             – lugar sagrado para mulheres
Alcobaça          – teria sido Alcoboxa em latim e Helcobatie em árabe.
Benquerenças – lugar defensor dos fracos e dos pobres perante os poderosos
Castelo Viegas, como tudo indica, provém da existência de um castelo antiguíssimo do seculo XII pertencente a Salvador Viegas.
     No entanto, o topónimo «Granja», segundo Almeida Fernandes, apenas terá começado a ser utilizado em Portugal aquando da entrada da Ordem de Cister em Portugal – primeiro em Tarouca entre 1138 e 1143, e depois em São Pedro das Águias, tratando-se pois de um topónimo de origem monástica referente ao latino «granu-», adaptado para a língua franco-francesa, e que designa as quintas fundadas dentro dos coutos dos mosteiros de Cister.

segunda-feira, 25 de março de 2013

“ficar a ver navios” nasceu no Tejo!


Sabia que a expressão “ficar a ver navios” nasceu no Tejo? A história remonta à primeira invasão francesa, com o general Junot e o seu exército de 35 mil homens a tentarem chegar a Lisboa. Sem sucesso: o afluente Zêzere, ali para os lados de Constância, com as suas cheias e pontes destruídas, atrasou-lhes a missão – que era a de aportarem na capital antes que a família real abandonasse o país, rumo ao Rio de Janeiro, para ali governar – à distância, mas em segurança.


Não conseguiram: a família real partiu a 27 de Novembro de 1807 e Junot só chegou dois dias depois. E rezam as lendas que ainda vislumbrou as últimas embarcações a zarparem do Tejo, debaixo do seu nariz, como refere Luís Ribeiro: “O fracasso de Junot foi alvo de zombaria por parte do povo invadido – começou a dizer-se pelas ruas da cidade que o general tinha ficado a ver navios”. E assim nascia uma expressão popular, que perdura até hoje.

O Emigrante Europeu em Nova Amesterdam


O Emigrante Europeu em Nova Amesterdan

As viagens ao continente americano começaram praticamente desde o tempo dos descobrimentos, com soldados, clérigos e marinheiros, que não tinham condições dignas de prosperarem no velho continente cheio de feudalismo. Mas a classe media pouco favorecidas, senhores com pouca reputação social, e que atraíram por um sonho de explorarem ninas de prata e ouro e exploração de terras de cultivo.
Gente com pouco estatuto na Europa que mais tarde vieram a ter o gozo através do êxito do trabalho dos seus súbditos nativos. Com a abolição da escravatura, veio a mão-de-obra paga não parou a economia, pelo contrário, melhorou o estilo de vida de todos os que anteriormente viveram debaixo do mando dos capatazes que os exploravam, abusivo  com a afeição latida.
Como se sabe através do que conta a história “ durante os seculos a emigração ocupou toda a América com portugueses e Espanhóis, cada um nas suas colonias, e que fez a explosão demográfica e criou a modernização dos territórios.
Uma das causas mais tarde reconhecidas, foi a redução da mortalidade e a explosão da natalidade apesar de haver algumas doenças tropicais.

O emigrante na normalidade tinha sempre menos de 40 anos, geralmente solteiro, quando casado, depois de ter emigrado raramente voltava ao seu seio familiar. Os primeiros tempos, todos partiam com o desejo de voltar ou de fazer com que a família fosse ao seu encontro. Partilhavam correspondência, fotos e mandavam dinheiro. Mas o tempo fazia com que as missivas fossem cada vez mais escassas, de longe-a-longe omitiam nas suas cartas êxitos e penúrias. Muitos homens constituíram novas famílias e deixaram esfriar o seu casamento sem notícias do seu paradeiro, outros, caídos na desgraça não escreviam por vergonha, apesar de também não conseguirem reunir dinheiro para poderem regressar ao país de origem. Mas também houve não regressa-se para que não soubessem do seu fracasso.
 Existem varias versões com estas afirmações, na qual uma de um Galego que dizia: “elas suelem quedarse en su tierra, en Galicia, se las llama viudas de vivos. Y en  pocas ocasiones tienem hijos ilegítimos  durante la eterna ausência de sus maridos” estes homens mantiveram as suas raízes fundamentais vivas, mas o seu silencio com as suas famílias, separando-se dela para sempre.
Muitas cartas não eram reclamadas pelos destinatários, os que morriam ou esqueciam a família, e os que não sabiam ler nem tinham a quem dar a ler as suas cartas. Entre outras histórias, uma dela passada com um asturiano a viver na argentina. Narrou para uma sua conterrânea quase indigente dez anos depois de chegar aquele país. “ Sacou de um monte de cartas de Espanha ainda por abrir, e pediu para que ela as lesse. Eram da sua mulher, e das suas irmãs, que contavam a sua vida de miséria e pediam ajuda.

 Muitos das realidades eram surpreendentes; quando emigraram viajaram em 3º classe e regressaram em 1º classe no navio que os transportava. Estes, restauraram igrejas e fundaram hospitais.
Quando emigraram não passavam de labregos e analfabetos e regressaram como empresários-comerciantes com grandes conhecimentos contabilísticos, não só porque tinham aprendido a ler e a escrever como se qualificaram á medida de inovação. Tiveram o conhecimento da história, geologia e geografia, e o espirito inovador do modernismo. Partilharam com outras ideias em comunidade, que mais tarde serviu para modernizar a agricultura, que veio a ajudar as novas gerações ao desenvolvimento económico. Só os conflitos e as guerras dariam o traste do atraso e da efémera prosperidade.


                                                             II

No século XVII a América do Norte era um território selvagem, em disputa pelas potências mercantilistas. Os indígenas, verdadeiros donos da terra, eram caçados, mas resistiam bravamente contra franceses, espanhóis, ingleses e holandeses. Esses últimos fundaram um povoado ao qual chamaram Nova Amsterdã num interessante porto natural que fica no nordeste dos atuais Estados Unidos. Em 1640 contava com quase 300 habitantes, contingente insuficiente para resistir às investidas dos índios de Lenape. A solução foi construir uma muralha no melhor (pior) estilo medieval ao redor do povoado. Além de não deixar os índios entrarem, o muro servia para não deixar os escravos saírem. O muro de madeira e terra era impenetrável para as lanças e flechas dos nativos, mas não seria o suficiente para conter os ingleses, que chegaram pelo mar com armas de fogo tão poderosas ou mais que a dos mercadores de Nova Amsterdãn. Expulsos os holandeses, os ingleses criaram uma nova vila em cima e ao redor da cidadela e rebaptizaram o lugar com o nome de Nova Iorque.

"A Queda de Nova Amsterdã"  
Junto à muralha, abriram uma importante via que desde aquela época tinha por vocação ser centro de trocas e negociações, a Rua do Muro, em inglês Wall Street. Como os indígenas já tinham sido pacificados (isso é, expulsos e exterminados), o muro foi derrubado e a rua ficou e ao longo dos séculos foi palco de importantes acontecimentos históricos.
No fim do século XVIII, quando os descendentes dos colonos resolveram se libertar dos grilhões (e dos impostos, principalmente) pagos à coroa britânica, fundando a independente confederação a qual chamaram Estados Unidos da América (que à época eram apenas 13 colônias na costa leste do atual império), Nova Iorque se tornou a primeira capital do jovem e inspirador país. Na Rua do Muro, número 26, George Washington (o tiozinho de peruca na nota de um dólar) toma posse como primeiro presidente dos EUA em 1789.
Wall Street era o centro da política e dos negócios do novo país. Ali, no meio da rua mesmo, os homens se juntavam para combinar novas empreitadas e investimentos conjuntos, além de vender e comprar participações em empresas de negócios diversos. Era uma efervescência. Três anos depois da posse de Washington, de baixo de uma árvore que ficava em frente ao número 68 da Rua do Muro, 24 homens de negócios resolveram organizar as coisas por ali, redigindo tarifas e regras para os negócios de parcelas de empresas. Nascia a Bolsa de Valores de Nova Iorque, que em pouco tempo ganharia um edifício sede na mesma rua, onde até hoje é o endereço preferido dos principais bancos americanos.
Os estadunidenses construíram posteriormente uma outra cidade, Washington, para ser a sede do seu governo, mas, de fato, Wall Street nunca deixou de ser a sede do poder daquele país. As decisões de deputados, senadores, juízes e presidentes em Washington sempre estiveram submetidas aos interesses dos bancos e dos capitalistas mais ricos da famosa rua de Nova Iorque. O sistema político permitiu que o poder económico permanecesse sendo o poder de fato, tanto via financiamento de campanha, quanto por meio de lobby, chantagem e especulação.


George Washington toma posse como primeiro]
presidente dos EUA em Wall Street













As descobertas acidentais ou intencionais.

 As descobertas acidentais ou intencionais.
 As dúvidas e os factos superficiais observados em varias investigações, que passou despercebido para não alterar a verdadeira história.

 Pedro Álvares Cabral e Cristóvão Colombo, cometeram um erra de navegação?
Cristóvão Colombo, chegou ao continente americano em 12 de Outubro de 1492, a uma das ilhas das Caraíbas (Antilhas), e, mais tarde, a costa de El salvador subindo até ao Golfo do México, pensando que estava na India, assim como teria acontecido com Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, a porto Seguro em 1500.
Os mistérios dos seus desvios marítimos com homens ditos «bons astrónomos e navegadores» nunca deram qualquer justificação.
O erro de navegação foi sempre muito difícil de admitir dado ao grande afastamento de uma rota, da qual nunca se poderia estar a pensar que conduzia ao sul de Africa para rumarem para a índia. Que só poderia acontecer com homens sem qualquer conhecimento e sem qualquer aparelhagem de precisão para navegação.
As documentações existentes dão a pista de que o navegador João coelho teria avistado o território Brasileiro, que ali desembarcou em 1492 com clima extremamente quente onde fez durante alguns dias o reconhecimento da costa. Mais tarde Duarte Pacheco Pereira seguiu o mesmo trajecto e aportou em solo Brasileiro em 1498, sem qualquer outra designação no diário do navio. João coelho e Duarte Pacheco Pereira foram dois navegadores esquecidos por interesses políticos.
Contudo isso, julga-se que a primeiro navegador e descoberta do brasil de João coelho foi um segredo do estado, do monarca D. João II que, veio a negociar o tratado do meridiano, que dividiu o espaço terreste entre Espanha e Portugal.
Depois de assinado o tratado de divisão do meridiano em Tordesilhas em 1494, cada estado ibérico, Portugal e Espanha passaram a ter um traçado onde podiam descobrir e explorar qualquer achado.
Segundo, quanto a todos os anteriores argumentos datados em documentos e diários de navegação, D. João II, ponderou uma terceira viagem acidental pela via intencional de descobrir da Terra de Vera Cruz.
  
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O nome de Maria



     Maria foi à redentora de Eva, que veio ao mundo com a missão de liberar Eva da maldição da Queda. Desenvolveu-se então a ideia de Maria era a mãe da humanidade, de todos os homens e mulheres que viviam na graça de Deus, enquanto Eva era a mãe de todos que morrem pela natureza.
     O culto a Maria se baseava em quatro pilares: a maternidade divina, a virgindade, a imaculada concepção e a assunção.
Por isso, as mulheres eram encorajadas a se manterem castas até o casamento, se a sua opção de vida fosse o matrimónio. Porém, a melhor forma de seguir o exemplo de Maria era permanecer virgem e tornar-se esposa de Cristo, com base na ideia recorrente de que Maria era "irmã, esposa e serva do Senhor".
     Eva simbolizava as mulheres reais, e Maria um ideal de santidade que deveria ser seguido por todas as mulheres para alcançar a graça divina, caminho para a salvação. Mas como Maria era um ideal a ser seguido, inatingível pelas mulheres comuns, surge à figura de Maria Madalena, a pecadora arrependida, demonstrando que a salvação é possível para todos que abandonam uma vida cheia de pecados. Com essa imagem de mulher pecadora que se arrepende e segue o mestre até o calvário, Maria Madalena veio demonstrar que todos os pecadores são capazes de chegar a Deus.
     A partir daí foi concebido as mulheres, assim como a pecadora o direito ao arrependimento, demonstrado pela prostração, humilhação e lágrimas, em oposição à tagarelice de Eva, que levou toda a humanidade ao pecado. Por isso, a pregação feminina deveria ser sem palavras, feita apenas pela mortificação corporal.




     Todo este antifeminismo tinha como objectivos básicos: afastar os clérigos das mulheres, institucionalizar o casamento e a moral cristã, moldada através da criação de um segundo modelo feminino a Virgem Maria.
     Os três modelos difundidos por toda a Idade Média (Eva, Maria e Madalena) deixam claro o papel civilizador e moralizador desempenhado pela Igreja Católica ao longo de aproximadamente mil anos de formação da sociedade ocidental.
      Essa concepção de mulher, que foi construída através dos séculos, é anterior mesmo ao cristianismo. Foi assegurada por ele e se deu porque permitiu a manutenção dos homens no poder,



     É difícil sustentar a hipótese de uma marginalização generalizada da mulher na Idade Média. O casamento, tornava-a responsável pela reprodução biológica da família, o único papel de relevo na estabilidade da ordem social. Esta integração tinha, contudo, os seus limites. Juridicamente despersonalizada, esteve reduzida ao meio familiar e domestico. Reproduzia biologicamente os homens que iriam continuar a dirigir a sociedade.
      As mulheres desempenharam funções importantes na sociedade medieval. As camponesas auxiliam suas famílias nas tarefas agrícolas cotidianas, enquanto as pertencentes às famílias nobres se encarregavam da tecelagem e da organização da casa, orientando o trabalho das servas. Muitas eram artesãs: nos grandes feudos da Alta Idade Média existiam oficinas de produtos como pentes, cosméticos, sabão e vestuário com mão-de-obra inteiramente feminina. Mas todas elas, desde as servas até as mulheres da alta nobreza, estavam submetidas a seus pais e maridos. E a Igreja justificava e favorecia tal dominação, mostrando-se totalmente hostil ao sexo feminino. Alguns teólogos chegavam a afirmar que a mulher era a maior prova da existência do diabo.