sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Roubo do «tesouro» do Museu Alberto Sampaio

 


Tesouro roubado  do  Museu Alberto Sampaio  

O audacioso assalto ao Museu de Alberto Sampaio registado a 16 de Novembro de 1975 continua a inquietar a memória dos vimaranenses. E se os culpados que foram julgados e condenados não chegaram a ser encarcerados e a pagar as indemnizações, os seus actos não foram esquecidos pelo crime hediondo de 'lesa-Pátria'. Foram roubadas peças e jóias de incalculável valor, num "golpe protagonizado por um casal que teve a colaboração de outro na fuga que empreenderam de automóvel".

O crime desse domingo de outono é descrito pelo jornal O Comércio de Guimarães, na sua edição de 22 de Novembro de 1975. "Na hora de encerramento o principal funcionário Fernando Cunha foi violentamente agredido e manietado, enquanto os assaltantes roubavam as peças e jóias valiosíssimas que constituíam grande riqueza do tesouro de Nossa Senhora da Oliveira".

"O golpe obedeceu a um plano devidamente estudado, com estratagemas e foi posto em prática a hora que os assaltantes julgaram a mais propícia, como realmente era. Foram roubados os seguintes valores: - Coroa de Nossa Senhora da Oliveira, de ouro e pedras preciosas, do século XVIII; peitoral em prata dourada e peças preciosas, também do século XVIII; meada de ouro puro, com 32 metros; do século XVIII; passador de prata, século XIV; rosário de ouro, também do século XIV, cordão de ouro também do século XVII; orilhão de ouro, século XVII; cruz de ouro (indiana) do século XVII; e outra peça de prata do século XIV".

Os autores do crime pertenciam a um comando do Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), movimento de resistência à crescente influência do Partido Comunista Português e dos vários grupos de Extrema-Esquerda, criado após o 11 de Março de 1975 e extinto a seguir ao 25 de Novembro desse ano, em que a frágil democracia enfrentou o denominado «Verão quente».

O casal composto pelo ex-primeiro-tenente fuzileiro José Maria da Silva Horta, desertor das Forças Armadas após a falhada intentona do 11 de Março, e por Maria Alice da Silva Marques, antiga Secretária de um dirigente do chamado Partido do Progresso.

Houve quem qualificasse o assalto como um "crime de lesa-Pátria". Os autores nunca foram encarcerados. O ex-tenente Silva Horta desapareceu sem deixar rasto, embora tivessem circulado informações de que teria sido identificado no Brasil, e Maria Alice chegou a ser detida em Cascais, mas conseguiu fugir do Hospital Miguel Bombarda, onde estava internada sob prisão. Ambos foram julgados e condenados à revelia, em 1987, a 20 e 15 anos de prisão e ao pagamento de um milhão de contos.

As jóias nunca foram recuperadas, havendo versões de que teriam sido vendidas ao desbarato em diversos lugares.  Oxalá, tal não tenha acontecido e que o tesouro continue algures intacto. 



Columbário

 

Columbário

(latim columbarium-iipombal)


                                                               columbário Romano 






 Columbário - cemitério com câmaras subterrâneas em que são depositadas as urnas contende as cinzas dos mortos depois da cremação /Pombal. Não é mencionado qualquer incineração a céu aberto. Apenas são encontrados pequenos e grandes fragmentos de urnas (vectorial) de barro cozido com um orifício na parte superior. No entanto, nesse tempo não havia conhecimento para avançar sobre o seu conteúdo e possível datação. Muitos dos locais hoje designados por «Pombal» supostamente seriam  antigos Columbários .

 

        Vou ao encontro de algo similar Cemitérios, onde foram identificadas sepulturas de inumação, sepultura de incineração e áreas interpretadas de incineração, acompanhadas de espólio funerário; áreas funerárias rurais relacionadas com villae com Columbários, e vestígios em causa que correspondem, essencialmente, a unguentários e depósitos em urna e um possível ustrinum (local de uma pira funerária) a que se somam outros achados, como  cinerárias em cerâmica com tampa (prato em cerâmica cinzenta (terra sigillata itálica) urna  que continha os restos cremados. 

                                                          constituicao de fragementos de uma  cinéria 

Zona rural relacionada com a necrópole romana de Casal de Pianos (S. João das Lampas) com as suas 19 sepulturas de tipologia diversa, onde se incluem depósitos secundários em covas ovais ou em urnas e primários em covas rectangulares /busta. (Monteiro, 2003).

 Tomei conhecimento da villa das Almoínhas, em Loures, onde se escavaram um total de dois depósitos secundários de cremação em caixa de tijoleira datado dos séculos I a II d.C. (Oliveira, 2002).

A queda do império romano no seculo VII, foi lentamente mudando os hábitos do modo de vida religiosa das gerações vindouras da Idade Média. O espaço da morte entra dentro das igrejas e ao redor dela nos seus adros. Contrario ao período romano, os cemitérios e a proximidade dos mortos que se temia, mantidos à distância, passou a ser espaço público onde a vida social, o comércio e a animação se realizava. E assim permanece até ao século XVIII, época do Iluminismo, quando se começam a desenvolver os meios científicos e técnicos.

      A convivência com os mortos nas igrejas e nos seus adros, sobrelotados começa a ser questionada pelos movimentos higienistas. A excessiva proximidade com os corpos mortos, tornam-se argumentos para promover a saída do espaço da morte para fora das vilas e das cidades.

        A nova tipologia do espaço do cemitério passou a localizar-se na periferia dos aglomerados urbanos.

 Notas:

 

Nos primórdios do seculo XIX , o povo rural bao tinha   critério de selecção, nem  conhecimento, a não ser  a exploração agrícola.      

                     A actual Quinta do Pombal teria sido um Columbário?

Estando localizada junto a Vila Pouca da Beira e da necrópole do adro da Capela de Lourosa, Oliveira de Hospital, com um historial enigmático, que se especula ser um Pódium  xxxxxx, e lugar de culto Moçárabe, e  propriedade da Sé de Coimbra,   adquirida  em hasta publica 1937/9  por antigos arroteadores e novos proprietários-agricultores.

       A preocupação da limpeza terrenos bravios e a descoberta de sepulturas de inumação, e depósito funerários (interpretadas de incineração pelo espólio funerário; são também referidos ossários (carneiro). Achados que trouxe alguma inquietação, segundo diziam os seus netos nos anos setenta do seculo XX. Os netos do assassinado Francisco Madeira não mencionavam qualquer incineração a céu aberto na quinta do Pombal, mas pequenos (unguentário?) e grandes fragmentos de barro cozido com um orifício na parte superior – que possivelmente seriam urnas (vectorial).

Os netos dos meus trisavós do Campo, descrevem os mesmos fragmentos de barro cozido quebrados, com um orifício numa tampa de cerâmica escura, que hoje podemos interpretar que sejam cinerárias em cerâmica  lacrados com tampa de cerâmica terra sigillata itálica, sudgalica ou Hispânica tardia - urna  que continha os restos cremados, considerados insignificantes , novamente enterrados.

 As estelas discóides colocadas nas cabeceiras  das sepulturas  exibem uma cruz insculpida no disco, são representadas com diferença de tamanhos. A maior sugere a sepultura de um adulto e a menor de uma criança. O disco representa a cabeça e o corpo confina-se ao espigão.

 O primeiro crematório de português, no cemitério do Alto de S. João, em Lisboa começou a funcionar em 1925

 

  •  O columbário romano, achado arqueológico
     A grande estrutura funerária localizada no meio de construções  de novas casas  transferida por guindaste para um novo lugar. 

     
     

                                                                 Parque Kotinoussa, Cádis