A casa de
mobílias de aluguer
A condessa de Alva, por exemplo, incumbida
pela sua irmã, alugou uma casa em lisboa em 1808. o contrato de aluguer a 9 de Maio de 1808,
refere que está mobilada.
As
mobílias eram encomendadas e levavam meses a ser entregues no destinatário. Alugar mobiliário e iluminação, nomeadamente mesas e cadeiras. era uma prática, muito vulgarizada em dias de eventos festivos.
Existem algumas situações, menos comuns, onde
se pretende alugar todo o mobiliário necessário para a decoração de uma casa.
Estes casos estão relacionados com os embaixadores estrangeiros que pretendem
viver em Lisboa por um curto período de tempo, ou por portugueses que vivem no
estrangeiro e, estão de regresso a lisboa. A nobreza quando comprava casa vazia
alugava uma cama e recorriam aos leilões, muito raros, que se realizavam por
dívidas, por morte dos proprietários, ou por mudança de residência.
II
Não
ficava bem um aristocrata arrematar bens usados. os homens riquíssimos mandavam um dos seus criados comprar os trastes em bom estado de conservação para a sua casa .
Os compradores eram compostos por um grande
número de comerciantes, artistas;
professores de dança e de língua francesa, sacerdotes, médicos e estrangeiros que
se instalavam em lisboa. . os interessados que podiam atempadamente,
observar os objectos a leiloar.
Mobilias em leilao
Leilões
eram preferencialmente escolhidos à tarde, habitualmente, para as três horas,
havendo já muita gente uma hora antes para examinarem os trastes antes do acto
do Leilão. O pagamento, era efectuado após a arrematação em dinheiro contado. O
transporte não estava incluído.
As
pratas constituíram um outro bem muito apreciado pelas elites lisboetas, apesar
de muitas delas se terem perdido aquando do terramoto, segundo a casa de Rio
Maior: “perdeu toda a sua prata pelo Terremoto de 1755 e pouca ou nenhuma ficou
por morte do Sr. Primeiro Conde de Rio
Maior João de Saldanha de Oliveira e Sousa, falecido aos 26 de Janeiro de
1804” sabemos que era prática antiga
quando a prata deixou de estar na moda, mandava-se derreter peças de prata.
Em
casa do conde da Ponte, por exemplo,
em 1785, ainda se encontrava por liquidar um extenso rol de “dividas
contrahidas athe vinte e dous de Abril de mil sette centos outenta e hum”,
onde, entre muitas outras contas devidas a capelistas, mercadores, livreiros e
artífices de vários mesteres, se destaca, pelo elevado montante, uma dívida à
“Real Fábrica da Seda (…) contrahida (…) desde trinta de Dezembro de mil sette
centos setenta e cinco,athe onze de Abril de mil sette centos outenta e hum ,
resto de mayor quantia, trezentos quarenta e hum mil , trezentos trinta e hum
réis
Conde da lapa era uma espécie de
vagabundo muito respeitável, a viver ao mesmo tempo na miséria, e no meio das
esferas sociais mais altas. Vivia na intimidade doméstica com uma das suas antigas
criadas que andava na rua a pedir.
o homem que nos faz chorar com a mais intima tristeza. Todos os seus bens foram vendidos ou
confiscados pelo tribunal, e muitos deles entregues aos s seus credores.
Condessa de Atouguia que, referindo-se à
prata do toucador, nos diz que “mandava todos os dias vender desta prata porção
que bastasse para naquelle dia eu, meus filhos e família comermos
Atendendo ao relato de Carl Ruders – A afluência á feira da ladra
na Praça da Alegria fazia-se com grande aperto. "Intonsas cabeleiras cheias de caspa, fisionomias
entristecidas, fatigados de olhos mortos, mucosas, de passo arrastado e, incerto
sem determinação.
Como
exprimir essa dor profunda que a minha alma sentiu! (...)
– A afluência á feira da ladra na Praça da Alegria
fazia-se com grande aperto. "Intonsas cabeleiras cheias de caspa, fisionomias
entristecidas, fatigados de olhos mortos, mucosas, de passo arrastado e, incerto
sem determinação.