sábado, 27 de agosto de 2022

A casa de mobílias de aluguer / seculo XIX

 

A casa de mobílias de aluguer   

 A condessa de Alva, por exemplo, incumbida pela sua irmã, alugou uma casa em lisboa em 1808. o contrato de aluguer a 9 de Maio de 1808,  refere que está mobilada.

As mobílias eram encomendadas e levavam meses a ser entregues no destinatário. Alugar  mobiliário e iluminação, nomeadamente mesas e cadeiras. era uma prática, muito vulgarizada em dias de eventos festivos. 

 Existem algumas situações, menos comuns, onde se pretende alugar todo o mobiliário necessário para a decoração de uma casa. Estes casos estão relacionados com os embaixadores estrangeiros que pretendem viver em Lisboa por um curto período de tempo, ou por portugueses que vivem no estrangeiro e, estão de regresso a lisboa. A nobreza quando comprava casa vazia alugava uma cama e recorriam aos leilões, muito raros, que se realizavam por dívidas, por morte dos proprietários, ou por mudança de residência.

                                                              II

Não ficava bem um aristocrata arrematar bens usados. os     homens riquíssimos  mandavam um dos seus criados  comprar os trastes em  bom estado de conservação para a sua casa  . 

    Os compradores eram compostos por um grande número de comerciantes, artistas; professores de dança e de língua francesa, sacerdotes, médicos e estrangeiros que se instalavam em lisboa. .  os interessados que podiam atempadamente, observar os objectos a leiloar.


Mobilias em leilao

Leilões eram preferencialmente escolhidos à tarde, habitualmente, para as três horas, havendo já muita gente uma hora antes para examinarem os trastes antes do acto do Leilão. O pagamento, era efectuado após a arrematação em dinheiro contado. O transporte não estava incluído.

 As pratas constituíram um outro bem muito apreciado pelas elites lisboetas, apesar de muitas delas se terem perdido aquando do terramoto, segundo a casa de Rio Maior: “perdeu toda a sua prata pelo Terremoto de 1755 e pouca ou nenhuma ficou por morte do Sr. Primeiro Conde de Rio Maior João de Saldanha de Oliveira e Sousa, falecido aos 26 de Janeiro de 1804” sabemos que  era prática antiga quando a prata  deixou  de estar na moda, mandava-se  derreter peças de prata.

 Em casa do conde da Ponte, por exemplo, em 1785, ainda se encontrava por liquidar um extenso rol de “dividas contrahidas athe vinte e dous de Abril de mil sette centos outenta e hum”, onde, entre muitas outras contas devidas a capelistas, mercadores, livreiros e artífices de vários mesteres, se destaca, pelo elevado montante, uma dívida à “Real Fábrica da Seda (…) contrahida (…) desde trinta de Dezembro de mil sette centos setenta e cinco,athe onze de Abril de mil sette centos outenta e hum , resto de mayor quantia, trezentos quarenta e hum mil , trezentos trinta e hum réis

 Conde da lapa era uma espécie de vagabundo muito respeitável, a viver ao mesmo tempo na miséria, e no meio das esferas sociais mais altas. Vivia na intimidade doméstica com uma das suas antigas criadas que andava na rua a pedir.

 o homem que nos faz chorar com a mais intima tristeza. Todos os seus bens foram vendidos ou confiscados pelo tribunal, e muitos deles entregues aos s seus credores.

 Condessa de Atouguia que, referindo-se à prata do toucador, nos diz que “mandava todos os dias vender desta prata porção que bastasse para naquelle dia eu, meus filhos e família comermos

        Atendendo ao relato de Carl Ruders – A afluência á feira da ladra na Praça da Alegria fazia-se com grande aperto.  "Intonsas cabeleiras cheias de caspa, fisionomias entristecidas, fatigados de olhos mortos, mucosas, de passo arrastado e, incerto sem determinação.

Como exprimir essa dor profunda que a minha alma sentiu! (...)

  – A afluência á feira da ladra na Praça da Alegria fazia-se com grande aperto. "Intonsas cabeleiras cheias de caspa, fisionomias entristecidas, fatigados de olhos mortos, mucosas, de passo arrastado e, incerto sem determinação.


 

 

 

 

 

Juiz pedâneo ou de vintena substituído pelo regedor

 

Juiz pedâneo ou de vintena substituído pelo regedor

 

 

 Juiz pedâneo era o juiz das aldeias, o mais ínfimo na escala dos juízes. Era mandado servir em lugarejos longínquos, de importância ainda menor que aqueles onde servia o juiz vintenário. Tinha este nome por andar a pé ou por julgar "de pé".

Juízes pedâneos ou de Vintena eram um magistrado nomeados conjuntamente pelos Juízes de Fora, ou pela junta composta pelo juiz Ordinários, vereadores e procurador de cada concelho.

 

      O cargo de Juiz de Vintena é extinto a partir de 1 de Janeiro de 1831, transitando as suas atribuições para os Regedores e Juntas da Paróquia.

Regedor é a designação atribuída a vários magistrados Em Portugal, entre 1836 e 1977, o regedor era o representante da administração central junto de cada freguesia. Mouzinho da Silveira levou à introdução da freguesia ou paróquia civil, como subdivisão administrativa do concelho, em 1832. Cada paróquia teria um órgão de administração local eleito (a junta de paróquia) e um magistrado administrativo representante da administração central (o comissário de paróquia). os regedores garantiam a boa aplicação das leis e dos regulamentos administrativos e exerciam a autoridade policial no território da freguesia.

 

      O decreto de 20 de Julho de 1842 estabeleceu que o uniforme dos regedores seria uma casaca azul, com um ramo de carvalho de ouro bordado em cada uma das golas, colete de casimira branca, calças azuis, botas e chapéu redondo. A casaca e o colete teriam botões com as Armas Reais. O chapéu teria o laço nacional e uma presilha preta, na qual estaria gravado o nome da freguesia. Uma das principais funções dos regedores era a de policiamento da freguesia. Para os auxiliarem nas suas funções policiais, os regedores tinham às suas ordens, funcionários designados "cabos de polícia". A importância dos cabos de polícia foi diminuindo, à medida que se foram alargando as áreas de intervenção da Polícia Civil (depois Polícia de Segurança Pública) nas áreas urbanas e, mais tarde, da Guarda Nacional Republicana nas áreas rurais. A última regulamentação dos regedores, foi estabelecida pelos códigos administrativos de 1936 e de 1940. Os regedores deixaram de ter o estatuto de magistrado administrativo, passando a ser os representantes dos presidentes das câmaras municipais e nomeados por estes - salvo nos concelhos de Lisboa e Porto, onde seriam nomeados diretamente pelos governadores civis. Incumbia aos regedores: cumprir e fazer cumprir as ordens, deliberações e posturas municipais e os regulamentos de polícia, levantar autos de transgressão sempre que necessário, auxiliar as autoridades policiais e judiciais sempre que necessário, agir de modo a garantir a ordem, a segurança e a tranquilidade públicas, auxiliar as autoridades sanitárias, garantir os regulamentos funerários, mobilizar a população em caso de incêndio e cumprir outras ordens ou instruções emanadas do presidente da câmara municipal.

 

A figura do regedor de freguesia foi extinta na sequência da introdução da Constituição da República Portuguesa de 1976.

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Abreu/ D’ ABREU- Senhores da Casa dos Abreus de Vila Pouca da Beira

 

       O D’ ABREU

          Os Abreus são originários de Travanca de lagos (Oliveira do Hospital), que, remonta do seculo XIV com o nascimento de Pedro Gomes de Abreu,  filho bastardo de D. João Gomes de Abreu, Bispo de Viseu, e de D. Brites d’Eça, filha de D. Fernando d’Eça, neta do Infante D. João, Duque de Valença, e de D. Maria Teles de Meneses, bisneta de D. Pedro I e de D. Inês de Castro.

 Pedro Gomes de Abreu era casado com  D. Mécia da Cunha,  filha do senhor de Tábua, Álvaro da Cunha, e de D. Ignês de Goes.

 

        Roque Fernandes D’ abreu, " o Pequeno" Nascido em Lourosa (1490 - 15/09/1572) faleceu com 82 anos. O Capitão de ordenanças mencionado como primeiro autoridade que se acha referido no termo de Lourosa - descrito por Manuel Rosado Marques de Camões e Vasconcelos(a) - estava casado com Briolanja Fernandes de Sequeira Castelo Branco.  , Senhores da Casa dos Abreus de Vila Pouca da Beira

 Supõe-se que Roque Fernandes D’ abreu seja filho de Luís de Abreu (1460 -?), filho e de Águeda Fernandes de Figueiredo (?  -   ? ) e neto de Pedro Gomes de Abreu e de Mécia da Cunha (1466-1521) 10ª senhora de Tábua.

 (a)   

O Sr. Manuel Rosado Marques Camões de Sousa e Vasconcelos (05/.10/.1899-? vivo 1974) Nasceu em residência em Alter do Chão para viver em Lisboa, embora tenha também domicílio em Midões (Tábua, Beira Alta), por ter casado com a D. Maria da Conceição de Albuquerque da Costa Brandão, filha dos Viscondes do Ervedal da Beira.

Roque Fernandes de Abreu descendeu:

António Fernandes de Abreu (        Lourosa, 12 Dezembro 1550-- 1582) casado Isabel Nunes de Figueiredo (1546-1582), pais de Roque Fernandes de Abreu (  ? - 13 Julho 1638 – 1683/92) Capitão de Ordenanças como o avô  (Roque Fernandes D’ abreu), e de Isabel Nunes de Figueiredo ( 1565– 1624) casada com Pedro Tavares, o Novo, Escudeiro-fidalgo (1550-1622), pais de  Simão Tavares que  nasceu  em  Nogueira do Cravo (1580/85  -1641 )