Cronologia de Campolide
1585 - No local onde se implanta hoje a Penitenciária de Lisboa já existia a quinta dos padres jesuítas; 1595, cerca - existência da primeira Casa do Noviciado da Companhia de Jesus numa quinta em Campolide (Araújo, 1993); após a doação dos terrenos da Quinta do Monte Olivete, por Fernão Teles Menezes, o Noviciado da Companhia transferiu-se para o lugar da Cotovia; 1633 - início da construção do convento das Trinitárias do Rato
Início
Século XVII, - criação do cemitério dos Prazeres para inumação das vítimas das
pestes de 1599 e 1603 Filippo Juvarra esteve Lisboa no contexto do projecto
para o palácio real e patriarcal, que deveria ter sido construído na encosta da
Lapa e sítio de Buenos Aires, zona limítrofe;
1720 - Construção de casas em
terrenos aforados pelas Trinas; 1731 - início da construção do aqueduto das
Águas Livres;
1732 a
1748 -
construção Aqueduto das Águas
Livres,
1738 -
1741 -
Edificação da Fábrica das Sedas
O terramoto de 1755 fez poucos estragos em
Campolide, não afectando a monumental estrutura do Aqueduto (tendo para isso
contribuído o facto de os seus alicerces estarem assentes sobre os calcários do
cretáceo superior), nem causando vítimas, Manuel da Maia a propor a D. José a
construção de um palácio real em S. João dos Bem Casados, e Carlos Mardel
projectou a remodelação urbana desta zona, que acabou por não se concretizar.
1746 - Os limites entre a
freguesia de S. Sebastião e a de Santa Isabel.
1755 - Autorização para a
abertura da Rua São Filipe de Néri, pedida pelos Oratorianos que ali detinham a
quinta de vale do Pereiro
1763 - Construção do quartel
de Campo de Ourique, por iniciativa do conde de Lippe;
1767 /
1768 -
Fundação da fábrica de louça do Rato, no local onde se situa o palácio Praia e
Monforte
1768 - Construção da capela
de Nossa Senhora de Monserrate implantada num dos arcos do aqueduto, em frente
à Praça das Amoreiras.
Na toponímia sobrevive também a memória
desses trabalhos na Calçada dos Mestres,
que não são outros senão os da obra do
aqueduto, com melhores condições de residência que as do Bairro da
Liberdade destinadas aos operários.
Em
meados do séc. XVIII, já se notava o crescimento urbano de Campolide, com dois
núcleos de povoamento mais concentrado: um junto à Quinta de Estêvão Pinto
(Campolide de Baixo) e outro na Cruz das Almas (Campolide de Cima); e um
povoamento disperso ao longo do caminho que hoje é a Rua de Campolide, e de uma
estrada para S. Sebastião, sem correspondência nas artérias actuais.
Edificação do Palácio Praia e Monforte nos
terrenos da fábrica de Louça do Rato.
Uma notícia na Gazeta de Lisboa, dá-nos a
conhecer que em 1796, refere:
festa e feira
franca na ermida da Senhora de Santana, nos dias 7, 8 e 9 de Agosto. a gravura da época mostra-nos a ermida com o
adro semicircular embandeirado, sob o cenário do Aqueduto e do bucolismo da
ribeira.
Seculo XVIII
Campolide no séc. XIX foi cenário de violentos combates entre as tropas absolutistas e liberais entrincheirados nos «redutos de Campolide, Atalaia e Palhavã com vestígios perto da Escola Marquesa de Alorna.
Consta-se que D. Pedro IV veio à torre da Quinta de Estêvão Pinto
observar os combates em redor de Campolide. Decorria o ano de 1833, quando o
comandando das tropas liberais estavam entregues ao Duque de Saldanha, o
próprio estabeleceu o seu quartel-general no palácio do Genioux (mandado
construir por um comerciante francês desse nome, em 1823).
1830 - 1835 - Liquidação da Fábrica das Sedas do
Rato; 1834 - conclusão da Mãe de Água das Amoreiras, 1879 / 1890 - construção
do Pátio Bagatela, junto à Travessa da Fábrica dos Pentes;
1880 - Construção do reservatório de água de
Campo de Ourique;
1900, cerca - início da urbanização de
Campolide; os terrenos desta área, que pertenciam ao conde do Paço do Lumiar,
foram vendidos entre 1888 e 1890, a vários construtores civis que abriram o
troço nascente da Rua D. Carlos Mascarenhas, com ligação à Rua de Campolide.
O aparecimento de cadáveres esmigalhados nas
pedras da ribeira de Alcântara em 1839, registam-se 76 mortos até Junho do
mesmo ano. O povo, apavorado em conjunto com as autoridades atribuíram os
crimes à quadrilha que mais aterrorizava na época, comandada pelo galego Diogo
Alves, afamado criminoso que roubava as pessoas e matava para as silenciar.
Entre varias opiniões, havia a versão dos que
diziam que se tratava de suicídios, mas as forças policiais achavam que o
grande número de vítimas eram demais para ser verdade.
Diogo Alves é preso em 1840 por outros crimes
provados, julgado, e enforcado em 1841, sem nada constar na sentença os crimes
do aqueduto, nunca provados, daí que, Norberto de Araújo, em “Peregrinações de
Lisboa”, recuse estes actos como explicação do encerramento do aqueduto,
dizendo que, toda a história não passava de uma “fantasia”. A campanha liderada
por A. F. Castilho na «Revista Universal Lisbonense», e apoiada pela Junta de
Freguesia de S. Sebastião, propuseram o encerramento da passagem ou de um gradeamento
lateral, mas a Câmara achou exagerado o custo de 14 contos. Diogo Alves, estava
morto e os corpos esmigalhados continuavam aparecer na ribeira de Alcântara.
Fechou-se a passagem em 1844 com muitas reclamações dos saloios vindos de
Benfica sentindo-se prejudicadas por não poderem usar acesso mais rápido à
cidade de Lisboa. A Câmara voltou a abrir o «Passeio dos Arcos» mas numero
vítimas não parava e a Junta de Freguesia acabou encerrou de vez a 12 de Agosto
de 1852."
O Retiro
Ferro de Engomar existia já cerca de 1850 na horta da quinta da Rabicha, junto
ao arco grande do Aqueduto. As más condições de salubridade levam o
proprietário do Ferro de Engomar em 1918 a continuar com os espectáculos do
fado pela voz de conceituados artistas na estrada de Benfica - abrindo novo
espaço reservado dentro dos muros da Quinta de Ludovice,
Demolido
em 1853.quando a Quinta do Ludovice foi transformado em espaço de urbanização.
A última proprietária é uma das fadistas da casa, Glória Mendes que veio a
casar com Valentim de Carvalho
O costume dos lisboetas irem para as hortas da Rabicha teria começado quando o aqueduto estava em construção, e nos domingos as gentes da cidade acorriam junto à ribeira para admirar as obras.
O relato de uma célebre patuscada Referida por Júlio César Machado em 1860 na Rabicha em que participaram Ramalho Ortigão, Antero de Quental, Jaime Batalha Reis, João Bumay, Alberto Queirós e Oliveira Martins em tranquilidade merendando nas hortas, e nos retiros dos «Machadinho» e na casa de fados ferro de Engomar de Campolide.
1863 a 1868 -
foi construído o Quartel de Artilharia Um que, após diversas funções,
acabou por ser um anexo do Hospital Militar e hoje é a sede do Instituto
Geográfico Português.
1885 - Foi inaugurada a
Penitenciária de Lisboa, começada a construir em 1874, logo após a abolição da
pena de morte em Portugal, e que imitava o modelo inglês da prisão de
Birmingham.
1888 A
1900 –
são referidas obras no asilo das Irmãzinhas dos Pobres, que em 1895 já
albergava 240 pobres.
As antigas terras
dos Braamcamps, que se situavam desde a
Rua de Campolide até à Calçada dos Mestres foram vendidas em lotes, pela condessa do Paço do
Lumiar, para construção do chamado Bairro Novo de Campolide. As primeiras ruas
são o actual Conde das Antas, General Taborda, Vítor Bastos e rua D. Carlos de
Mascarenhas.
Outras gravuras, mais
divulgadas, apresentam o lado norte do Aqueduto, e grupos de foliões a merendar
e a dançar junto a uma ponte. Era a ponte do Olival do Santíssimo, mandada
construir em 1806 pela Irmandade do Santíssimo, de S. Sebastião da Pedreira, e
que existiu até aos anos 40 (no fim da Calçada dos Mestres, sítio do Olival).
Frequentador assíduo destas paragens era Almeida Garrett, que chegou a alugar
casa em Campolide para passar o Verão, e aqui começou a escrever «A Adosinda»,
em 1827.
1900 - Data a fundação do
Asilo Espie de Miranda, na velha Quinta da Mineira.
1905 - Campolide começasse a
ser servido por uma linha de «eléctricos».
1906 - ampliação do bairro de
Campo de Ourique, atingindo os limites atuais; 1916 - extensão da Rua D. Carlos
Mascarenhas para poente, até ao novo eixo, também traçado nesta época, da Rua
Francisco Rodrigues Lobo, que faz a ligação da Calçada da Quintinha à Rua do
Arco Carvalhão; 1938 - inauguração da
nova Estação dos Eléctricos, no local onde hoje se implantam as torres das
Amoreiras;
1936 - Já circulavam
“eléctricos” no Marquês de Fronteira.
1938 - E em 7 de Outubro era
criada a paróquia de Santo António de Campolide, com a igreja do colégio da
jesuíta desanexada do quartel
1938 - Criação da paróquia de
(Santo António de) Campolide, por desmembramento de São Sebastião da Pedreira.
1938 -
1940 -
Ligação do eixo Rua Artilharia / Rua de Campolide à 2.ª circular, e à avenida
Calouste Gulbenkian, extensão da Avenida de Berna.
A Avenida
Engenheiro Duarte Pacheco veio a interromper o eixo setecentista da Rua das
Amoreiras / Estrada de Campolide. As encostas a nascente e poente do vale de
Alcântara, onde se localizaram outrora as habitações dos mestres e operários da
construção do aqueduto, foram as zonas escolhidas para a implantação de bairros
de casas económicas: o Bairro da Calçada dos Mestres, o Bairro do Alto da
Serafina.
A Calçada dos Sete
Moinhos chamava-se estrada da
Senhora de Santana, porque ia dar à ermida com esse nome, em frente da qual
havia um largo e, junto à ribeira, muitas casas, que seriam soterradas nos
grandes aterros que se fizeram nos anos 40 para construção da Avenida de Ceuta.
1940 - A construção da
avenida de Ceuta faz com que seja demolida a ermida da Senhora de Santana, com
história: havia festa, romaria e arraial no primeiro domingo de Agosto, muito
concorridos pelas vinda dos saloios, gentes de Alcântara e marítimos em geral, mas também pelos
lisboetas que enchiam os comboios do Rossio
para Campolide."
1942 - Início da construção do troço da
auto-estrada de Lisboa até ao Estado Nacional e do viaduto sobre o vale de
Alcântara, da autoria do engenheiro João Alberto Barbosa Carmona.
Alguns factos dos anos 50-60 com interesse para
a história da freguesia, podem apresentar-se cronologicamente:
Inauguração do Liceu francês Charles Lepierre, da autoria dos
arquitectos Michel Cuminal e Nikita de Groër;
1955 - Inauguração da Escola
Primária 23.
1957 - Judo Clube de
Portugal.
1958 - Começou a funcionar,
junto a Palhavã, a Escola Preparatória Marquesa de Alorna.
1959 - Criação da freguesia
civil de Campolide.
1960 - População residente:
33 764 habitantes.
O Quartel Metralhadoras é excluído da
avenida Marquês da Fronteira
1961 - Abertura de um anexo
do Hospital Militar, no Regimento de Artilharia Um, devido à guerra colonial.
1967 - Conclusão do
encanamento da Ribeira de Alcântara.
1967 - Abertura da Avenida
Gulbenkian.
1970 - Criação do Grupo de
Teatro de Campolide.
1970 - Inauguração do Palácio
da Justiça.
1959 - Criação da freguesia
de Campolide,
1970 - População residente:
30 110.