O Casal d'Abade
A robustez de muros da praça pública, fonte e outros achados dispersos em «Cazal d'abbade » são indícios que permitem levantar o véu sobre um possível dómus de plebe ou de patrícias, totalmente desaparecido. Sem fontes manuscritas, só poderão suscitar dúvidas acerca transcrição exacta do milésimo ou era.
Casal d’Abbade foi uma dos locais mais remotos da freguesias de Lourosa, anterior à reconquista Cristã, que no século XVII, aparece constituía por uma comenda, e um casal rústico, residência de um abade administrador dos rendimentos que estavam sob o domínio abacial dos monges regulares. Daí a proveniência toponímica Casal d’abade com um clérigo secular até à extinção das ordens religiosas.
A aldeia Casal de Abade era servida desde o seculo XVII até 1930 por um caminho estreito de terra batida até à estrada real com os animais a tração animal a deslocar-se com muita dificuldade.
Demografia do Termo de Lourosa
Casal d’abbade tornou-se uma pequena aldeia, solitária, activa e laboriosa no outrora. É desconhecido o povoamento e o desenvolvimento do casal d’abbade após das arrematações dos terrenos do termo em hasta-publica de 1837.
Sabemos
pelos mais velhos que os seus antepassados eram arroteadores do local e os seus
pais os compradores do que actualmente possuem.
A década de 1950 regista uma saída acentuada
de gente, principalmente para Lisboa.
Os descendentes dos primeiros proprietários
das terras eclesiásticas de 1837, após da extinção das ordens religiosas de 1834,
trouxeram maior crescimento demográfico entre 1864 e 1900: ano de forte contracção no crescimento
pela sangria emigratória dos seus netos para o Brasil Americano e África e pelo
fluxo de mortes ligado
à pneumónica que assolou fortemente Portugal de 1918 a 1922, ano da estagnação da
população que durou até 1930.
Os mais aventureiros que emigraram desde 1869
sem meios económicos para fazer face às despesas decorrentes e tiveram que
recorrer aos empréstimos dando como garantia o seu património herdado da
família.
A
sorte não chegou a todos e os que alcançaram fortuna nunca voltaram para
resgatar os seus haveres. Os «Oriolas» que voltaram a Portugal não puderam
cumprir os seus empréstimos assumidos ficaram com os seus bens penhorados.
Quanto à estagnação da população de 1922
até 1930, deve-se aos bisnetos que deixaram a aldeia e a família, para irem para Lisboa.
Casal Abade do Termo de Lourosa
Os caminhos assinalados do termo de Lourosa no seculo XIX até meados dos anos tinta do seculo XX encontravam-se em mau estado e de inverno os carreteiros chegavam a ver os seus carros virados e as mercadorias espalhadas pelo piso. Os Boleeiros queixavam-se de afundar as rodas das seges e das carruagens na lama. O caminho dos Burros servia as Quintas das Medas. Daí abriu-se uma estrada de terra batida para a sede da freguesia do termo, Lourosa. Mais tarde, interligou-se actual estrada da Venda do Porco para Lourosa, construída sobre um antigo trilho que terminava em Casal de Abade, e seguiu pelo caminho de pé posto até à quinta das Cabeçadas, servido um carreiro da estrada real. A administração Geral das Estradas e Turismo abre uma estrada pelos pinhais das cabeçadas a comunicar com as Quintas das Medas até Lourosa. – Livro do regulamento dos serviços do Comércio decreta 10224 – 3 de Novembro de 1924. Ministério do Comercio e comunicações. O documento não refere datas de início nem conclusão das estradas rurais junto à estrada real, e menciona entre muitas a zona do Poço do Gato com trabalhadores locais em exercício à jorna em períodos contínuos.