quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Foi título de primeira página no mundo inteiro:

      O Papa, especialista conceituado no nascimento de Jesus Cristo, acaba de publicar um livro em que admite que o burro e vaca são uma construção teológica. Ou seja, no Novo Testamento nada indica que houvesse animais a adorar o menino. A declaração ai recebida com surpresa, numa altura em que milhões de pessoas começam a fazer o presépio. Há outras tradições que podem não passar de mitos.

QUANDO NASCEU? NEM HA 2012 ANOS NEM NO DIA 25 DE DEZEMBRO

     Nada nos evangelhos referem em que ano ou dia que Jesus nasceu. Mas a maioria dos investigadores, cristãos ou não, dá como certo que celebramos o Natal na data errada; e que no próximo dia 1 de Janeiro já deveríamos estar entre 2017 e 2021 da Era Cristã.
O Papa Bento XVI, no seu último livro, A Infância de Jesus, lançado na semana passada, alinha por esta teoria. "A data de nascimento de Jesus foi muitos anos antes", escreve, sem rodeios.

A gravidez de Maria terá sido o resultado de um caso amoroso com um arqueiro romano

     Uma das explicações apresentadas tem sido o facto de Herodes Magno, Rei da Judeia, ter sido seu contemporâneo - tendo Herodes morrido no ano 4 a. C. No evangelho de Mateus descreve-se a reacção do terrível tirano ao anúncio do nascimento de Jesus, mandando matar todos os recém-nascidos de Belém. A maioria dos académicos situa, por isso, o seu nascimento entre 4 e 6 a.C.
     Quanto ao dia, ninguém arrisca. "Nem sequer sabemos a época em que nasceu. A ideia de celebrar o nascimento na altura mais negra do ano está provavelmente ligada às tradições pagãs e ao solstício de Inverno", disse, recentemente, Iohn Barton, professor de Interpretação das Sagradas Escrituras na Universidade de Oxford, ao jornal inglês The Daily Telegraph, em reacção à publicação deste último livro da trilogia de Jesus, da autoria de Bento XVI. 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Samuel Usque

 Samuel Usque



Samuel Usque - (Lisboa.1500 - 1555, na Itália ou na Palestina) foi um Português, au que se estabeleceu em Ferrara (séculos XV-XVI) foi um judeu português, cujos antecedentes (como ele próprio diz) tinham fugido de Castela. Provavelmente nasceu em Lisboa, mas depois fugiu as barbáries do Santo Oficio e viveu durante algum tempo em Ferrara. Aí foi publicada a sua única obra conhecida, Consolação às Tribulações de Israel (1553), impressa por Abraão Usque, cujo parentesco com Samuel ainda não está esclarecido. Na referida obra serve-se de uma prosa inspirada nos textos bíblicos, na literatura sagrada e nos clássicos, para contar a história do povo judaico, mártir e perseguido e ao mesmo tempo declara a esperança dos Judeus atingir a Terra Santa. Praticamente desconhecida em Portugal e pelo mundo fora, é uma obra-prima da literatura portuguesa e sefardita. Note-se que Abraham Aben Usque também publicou, em 1554, a célebre obra de Bernardim Ribeiro, Menina e Moça.


     A vida monástica dos monges decorria dentro da clausura. A sua espiritualidade era ordenada pela regra: silêncio, disciplina, obediência ao abade, horário rigoroso distribuído entre numerosas rezas em comum, leituras religiosas e trabalho manual.
     Além disso, na abadia vivia uma segunda comunidade, a dos conversos. Viviam a sua entrega espiritual no trabalho diário no campo, forjas e moinhos, não sabiam ler e não mantinham nenhum contacto com a comunidade de monges. Isto último foi conseguido desenhando duas zonas no mosteiro estancas e incomunicadas entre si. A zona dos conversos tinha a mesma qualidade construtiva que a dos monges.
      Os cistercienses, tal como outros mosteiros, faziam a distinção entre os monges brancos (frei) e os irmãos leigos. Nos primeiros séculos de construção, do povoamento do território do Mosteiro e da criação dos coutos, é possível que o número dos irmãos leigos tenha ultrapassado o dos monges brancos na proporção de dois para um.
Os irmãos leigos ou conversos eram o que estavam em contacto com o exterior do mosteiro, as granjas dos conversos eram grupos de construções para os trabalhos agrícolas e industriais.
Os  Monges conversos ensinavam e administravam os cotos da ordem, as culturas e as ceifas de trigo, cevada, aveia e centeio.
Sobre a forma de se administrar e sobre novas fundações, relata-se no Exórdio Parvo:
 Mosteiro San Juan de la Pena 
... Deveriam admitir... Conversos laicos que... Seriam tratados... como eles, excepto o monacato; também jornaleiros, pois sem a sua ajuda não viam possível... o cumprimento exacto... dos preceitos da Regra. Ao mesmo fim creram dever dispor de terras... Também pensaram em adquirir presas e canais para montar moinhos farinheiros que lhes facilitassem as despesas de caça e a pesca; e incluíram a cria de rebanhos e outros animais úteis às suas exigências... e como estabeleceram explorações agrícolas em diversos lugares, decidiram que fossem os conversos quem se ocuparam delas, e não os monges, porque, segundo a Regra, estes devem permanecer nos seus claustros... Ademais... são Bento construiu os seus mosteiros... em paragens apartadas... prometeram eles fazer o mesmo; e como ele enviava doze monges, além do abade, aos mosteiros que fundava, eles decidiram imitar o seu exemplo.