domingo, 7 de maio de 2023

Arsénio de Chatenay

 

Arsénio de Chatenay

 

       António da Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco. Nascido em Lourosa (Oliveira do Hospital), no dia 14 de agosto de 1827- 1896?

 Filho de Tristão Lopes de Carvalho Cunha Castelo Branco. Adornado de todas as qualidades que distinguem um verdadeiro fidalgo, começa o seu curso de Direito, na Universidade de Coimbra, em 1845, obtendo o grau de bacharel.

      Teve desde a infância o hábito singular dos livros, e de ocupar-se com a sua imaginação; as aventuras com as quais ele descrevia concisamente, a testemunhar as moléstias sociais da sociedade portuguesa do final do século XIX. Possivelmente as pôde ver.

  Os muitos testemunhos sobre Arsénio de Chatenay,   impressos nas memorias( diários)  citados pelos seus  contemporâneos.

       Proprietário bacharel e intelectual. - Havendo nele uma hereditariedade judiciosa.

Desde logo que conheceu a natural curiosidade do envolvimento de figuras conhecidas da sociedade do seu tempo, recolheu todos os ilícitos eventualmente praticados sem mencionar nomes – ilustres ou não – nunca vieram a publico,   

Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco queria ser romancista dentro dos moldes eróticos que nunca ninguém ousara fazer. Imitar o fraseado francês.

        Desde logo que conheceu a natural curiosidade do envolvimento de figuras conhecidas da sociedade do seu tempo, recolheu todos os ilícitos eventualmente praticados sem mencionar nomes –ilustres ou não – nunca vieram a publico,.    Chesteney nunca se tornou conhecido nem divulgado na imprensa. 

 Registamos diversas ocasiões de festas em casa de Tristão Lopes de Carvalho Cunha Castelo Branco. seu pai  (…)   Nao menciona o nome dos   irmãos,e    por estranheza

      A presença D. António de Castelo Branco Correia e Cunha de Vasconcelos e Sousa. (marqueses de Belas) em Lourosa em 1881;

      A contribuição que fez quando o jornal Commercio de Portugal abriu uma subscrição a  favor das vítimas do incêndio do Teatro Baquet,  em Março de 1888;

  Sabemos que viveu “ na sua bela vivenda do Porto ” no Ramalde , rua da calcada e que  veraneou (o próprio  menciona)  no palacete  conde de Magalhães ( rua da Nazaré,  Cascais) 

  Por morte de Arsénio de Chatenay iniciou-se um inventário judicial dos seus bens, de que foi inventariante a viúva.

          Os seus livros são inspirados do que era conhecedor :   relações dos aristocratas  da cidade invicta, como  a Condessa de Camarido(1), o barao de Argamassa,  conde de Magalhães, da vida de  esturdia de  António Bernardo Pereira (1835-1907) filho da Ferreirinha. Das irmãs , Ana Plácido

 

 

 

             A   Condessa de Camarido ( a tia Patrocínio,   romance queirosianos “A Relíquia” -.. Pela sua relação com um padre, que tinha um enorme ascendente sobre ela, acabou por passar quase toda a fortuna para a congregação a que ele pertencia, a do Espírito Santo. A família impugnou e houve um processo muito complicado. O tempo arrastou-se e a casa da  Condessa de Camarido caiu em ruinas.

 Vivia rua da calcada, perto do palacete de  António José Plácido Braga (capitalista brasileiro, que faleceu no desastroso naufrágio do vapor Porto, à saída da barra do Douro.  Teve vários episódios conhecidos:  oferece um cavalo a Camilo Castelo Branco, em troca de uma caneta com que escrevia os sonetos. Era pai de Ana Plácido , mulher fatal de Camilo Castelo Branco, e de Antónia cândida Plácido Viera Braga, casada com António Bernardo Pereira (filho da Ferreirinha).

 A rua da calcada era zona residencial dos capitalista da cidade do Porto, com os mistérios de   Ricardo Clamouse Browne (1822/23-1870), Ana Máxima Corrêa de Proença (baronesa de Argamassa) e o Negociante, Bernardo José da Silva, que se dizia ser  morto pelas boas relações que mantinha com a baronesa.

 Fernando Curopos foi quem restaurou a literatura erótica clandestina de Arsénio de Chatenay, que permaneceu em segredo até que o “ Comércio do Porto, em 1886, publicou “O Sr. António da Cunha, sob o pseudónimo de Arsénio de Chatenay  ao estilo de Émile Zola (Paris, 2 de Abril de 1840 — Paris, 29 de Setembro de 1902).  […]” - que suas inocentes e interessantíssimas filhas não podem ler!”

 

Émile Zola foi assassinado por desconhecidos em 1902.

O Regenerador-António da Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco, não foi excepção sofrendo alguns atentados e escândalo refugiou-se na sua terra natal.

 

      Fernando Curopos na sua opinião: o imaginário erótico de Arsénio de Chatenay, nada tem de realista, nem naturalista ou decadentista, e os toques libertinos patentes na obra também fogem do modelo francês.»

      Arsénio de Chatenay literalmente foi um autor apagado da memória colectiva.

 Eu considero um romance finissecular oitocentista, consciente, de actos condenáveis, e narrador ( Chatenay) está a par de tudo o que diz.  

       Alguns dos seus romances fazem parte de acontecimentos em que esteve ligado, e descreveu-os com autenticidade

 

 Da produção de Arsénio de Chatenay conhecem-se presentemente dez livros:

Os Jogos Lésbios ou Os Amores de Joaninha (1877); A Galera Verde ou A Cadeia das Virgens (1878); Sensualidade e Amor (1880 [2ª ed.]):

A Sedução por Vingança (1880);

 A Mulher Virgem, Mãe! (1880);

 La Vendeta ou O Saldo de Contas (1880);

Ângelo e Ada: episódios da entrada do Marechal Soult no Porto em 1809 (1882);

 O Segredo do Capitão-mor de Oliveira (1884);

 Os Mistérios do Asfondelo (1886);

A Menina da Casa Mourisca (1888). 

 

  (Typographia de A. F. Vasconcellos. Porto. 1882. In- 8º de 342-II págs.)