Arsénio de
Chatenay
António da Cunha Lemos de Azevedo
Castelo Branco. Nascido em Lourosa (Oliveira do Hospital), no dia 14 de agosto
de 1827- 1896?
Filho de Tristão Lopes de Carvalho Cunha
Castelo Branco. Adornado de todas as qualidades que distinguem um verdadeiro fidalgo,
começa o seu curso de Direito, na Universidade de Coimbra, em 1845, obtendo o
grau de bacharel.
Teve desde a infância o hábito singular
dos livros, e de ocupar-se com a sua imaginação; as aventuras com as quais ele
descrevia concisamente, a testemunhar as moléstias sociais da sociedade
portuguesa do final do século XIX. Possivelmente as pôde ver.
Proprietário bacharel e intelectual. -
Havendo nele uma hereditariedade judiciosa.
Desde
logo que conheceu a natural curiosidade do envolvimento de figuras conhecidas
da sociedade do seu tempo, recolheu todos os ilícitos eventualmente praticados
sem mencionar nomes – ilustres ou não – nunca vieram a publico,
Cunha
Lemos de Azevedo Castelo Branco queria ser romancista dentro dos moldes
eróticos que nunca ninguém ousara fazer. Imitar o fraseado francês.
Desde logo que conheceu a natural
curiosidade do envolvimento de figuras conhecidas da sociedade do seu tempo,
recolheu todos os ilícitos eventualmente praticados sem mencionar nomes
–ilustres ou não – nunca vieram a publico,.
Chesteney nunca se tornou conhecido nem divulgado na imprensa.
A presença D. António de Castelo Branco
Correia e Cunha de Vasconcelos e Sousa. (marqueses de Belas) em Lourosa em
1881;
A contribuição que fez quando o jornal
Commercio de Portugal abriu uma subscrição a favor das vítimas do incêndio do Teatro
Baquet, em Março de 1888;
Por
morte de Arsénio
de Chatenay iniciou-se um inventário judicial dos seus bens, de que foi
inventariante a viúva.
A Condessa de
Camarido ( a tia Patrocínio, romance
queirosianos “A Relíquia” -.. Pela sua relação com um padre, que tinha um
enorme ascendente sobre ela, acabou por passar quase toda a fortuna para a
congregação a que ele pertencia, a do Espírito Santo. A família impugnou e
houve um processo muito complicado. O tempo arrastou-se e a casa da Condessa de Camarido caiu em ruinas.
Émile
Zola foi assassinado por desconhecidos em 1902.
O Regenerador-António
da Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco, não foi excepção sofrendo alguns
atentados e escândalo refugiou-se na sua terra natal.
Fernando Curopos na sua opinião: o
imaginário erótico de Arsénio de Chatenay, nada tem de realista, nem
naturalista ou decadentista, e os toques libertinos patentes na obra também
fogem do modelo francês.»
Arsénio de Chatenay literalmente foi um
autor apagado da memória colectiva.
Eu considero um romance finissecular oitocentista, consciente, de actos condenáveis, e narrador ( Chatenay) está a par de tudo o que diz.
Alguns
dos seus romances fazem parte de acontecimentos em que esteve ligado, e
descreveu-os com autenticidade
Da produção de Arsénio de Chatenay conhecem-se
presentemente dez livros:
Os Jogos
Lésbios ou Os Amores de Joaninha (1877); A Galera Verde ou A Cadeia das Virgens
(1878); Sensualidade e Amor (1880 [2ª ed.]):
A Sedução
por Vingança (1880);
A Mulher Virgem, Mãe! (1880);
La Vendeta ou O Saldo de Contas (1880);
Ângelo e
Ada: episódios da entrada do Marechal Soult no Porto em 1809 (1882);
O Segredo do Capitão-mor de Oliveira (1884);
Os Mistérios do Asfondelo (1886);
A Menina da
Casa Mourisca (1888).
(Typographia de A. F. Vasconcellos. Porto.
1882. In- 8º de 342-II págs.)