terça-feira, 26 de março de 2013


Ordem de Cister



     Quando nos debruçamos sobre a ordem de Cister em Portugal, podemos ter em conta que, foi o prior João Cirita quem abriu as portas a Cister, colocando-os na Beira, onde a ordem começou por construir mosteiros e eremitérios já com a reforma da ordem de S. Bento. Está documentado que, os mosteiros, de Lafões, de Tarouca e de Sever não tiveram qualquer ligação ao monacato Beneditino.  

     A fundação deste convento (calcula-se que em 1123) pelos frades da regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, que aderiram logo em seguida à Ordem de São Bernardo ou Beneditinos. A fundação do mosteiro é anterior à fundação de Portugal. Dizem alguns historiadores, são da opinião de que, o verdadeiro fundador do mosteiro foi João Peculiar e não João Cirita, mas que, em virtude de João Peculiar ter sido chamado a desempenhar outras funções importantes, ficou o mosteiro, logo no início, sob as ordens de João Cirita, e daí o seu nome estar associado à sua fundação, juntando os eremitas que pelas encostas do Vouga viviam isolados, obteve licença para a construção do Convento de São Cristóvão de Lafões com o apoio de D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, - que não passam de ideias eclesiásticas, dado que os verdadeiras arquivos que podiam descrever a historia deste mosteiro perderam-se no incêndio do seminário de Viseu. Por dentro de um outro pretexto, escreveu-se em 1721: «o Convento de São Cristóvão Lafões sofreu dois incêndios que danificaram o seu cartório sem que nada fosse recuperado, perdeu as capacidades de reivindicar ou negar a sua história.»
     Em 1163 o convento adere à ordem dos monges cistercienses, como aconteceu a quase todos os mosteiros beneditinos.




1130- Num foral sobre Riba Coa, actual freguesia de Castelo Rodrigo, antes da reconquista de santarém e lisboa em 1147 leva-nos a pensar, que uma comunidade primitiva de beneditinos eremitas terão iniciado a construção do Mosteiro de Santa Maria de Aguiar junto à ribeira de Aguiar, afluente do rio Douro, e que na primeira década de 1170 vieram a integrar a Ordem de Cister, com a regra vigente era do tipo monacal (exercida por monges), ou seja, vivendo e trabalhando em locais afastados dos povoados.

1175 – Primeiro documento sobre Mosteiro de Seiça, mais tarde doado por D. sancho I que entrega o seu padroado ao Mosteiro de Alcobaça, sem qualquer indicação da sua anterior observância.
1206- Assinalava ainda regra beneditina
1224 – Bispo e cabido de lamego autorizaram a transferência do mosteiro de Arouca para a ordem de Cister.
 1147 - Aparece a primeira referência documentada sobre a Ordem de Cister em Portugal
?-06- 1140 – Uma carta foral (carta de couto) ao mosteiro de S. João de Tarouca, logo após da vitória sobre os mouros em Trancoso.
1140 A 1161 dois documentos referem a emanação da chancelaria régia ao Mosteiro de Tarouca e ao de Lafões, fazendo desses dois mosteiros a disputarem entre si a primazia da obediência da ordem de Cister
1-10-1149 – É passada uma licença de um mosteiro da regra de S. Bento sob a nova reforma

     A juntar a esse profundo emaranhado de dúvidas e hipóteses, há ainda que considerar um outro caso: a união do antigo eremitério de Sever ao mosteiro de Tarouca em 1141, para que nele se introduzia-se a ordem de S Bento.
 Quanto há referência das regras da Ordem Benedita antes da nova obediência renovada com novas indicações expressas de uso cisterciense, há que ter em conta que, com a alteração da obediência, a regra continua sendo a mesma: Cister é apenas uma reforma visando a purificação da regra benedita e a sua vivência.
Mosteiros beneditos, antes de passarem param Cister:
S. Pedro das águias
Santa Maria maceira do Dão
Bouro
Fiães
Júnias
Mosteiros feminino Beneditinos, antes de passarem para Cister:

Lorvão - Embora a época da fundação do mosteiro tenha sido aventada ao século VI, a data mais provável dessa fundação será na sequência da primeira reconquista cristã de Coimbra, em 878.
Arouca De acordo com as fontes documentais, foi fundado na primeira metade do século X, como um pequeno mosteiro habitado por uma comunidade religiosa sob a invocação de São Bento de Núrsia.
Mosteiro Bouças de Leça do Balio - Presume-se que no local exacto onde hoje se situa o mosteiro terá existido um templo romano dedicado a Júpiter (do século I), e uma Villa Decia junto ao local. Ao longo de todo o século XI o primitivo mosteiro é referido em diversos documentos coevos:
1003 Descreve-se a doação do mosteiro a D. Tructesindo Osores e sua mulher D. Unisco Mendes, padroeira do mosteiro.
1021, o mosteiro foi deixado aos filhos do casal, mas em 1094, o padroado foi transmitido à Sé de Coimbra, por doação de Raimundo de Borgonha, conde da Galiza, e sua mulher Urraca I de Leão e Castela.
Crê-se que D. Guntino (prior do mosteiro no século XI), tenha feito obras no mosteiro e renovado a igreja.

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(1112-1185) D. Afonso Henriques doou o couto de Leça à Ordem dos Hospitalários, a primeira das Ordens Militares documentada em território português. No primitivo mosteiro estabeleceu-se a Casa Capitular da Ordem, que passou, posteriormente, a sede de um de diversos bailiatos, de onde adveio o topónimo à povoação: Leça do Bailio com o Castelo de Neiva
      Na posse dos Hospitalários, o primitivo mosteiro recebeu mais ampliações e reformas que lhe deram feições de natureza militar em estilo românico, cujo elemento mais marcante foi a construção de uma sólida torre ameada. A época em que os hospitalários tomaram posse do couto terá sido riquíssima para o mosteiro, uma vez que a ele pertenciam inúmeras igrejas do actual concelho de Matosinhos.
1180 O mosteiro foi reedificado por D. Gualdim Paes de Marecos, eme dedicado a Santa Maria.
1330 a 1336, - O actual templo, síntese do estilo românico e gótico, remonta a uma grande campanha construtiva iniciada pelo prior da Ordem, D. Frei Estevão Vasques Pimentel. Foram renovados ainda os edifícios monacais e o claustro, dos quais vários elementos chegaram até aos nossos dias. Neste mesmo mosteiro foi celebrado o matrimónio do rei D. Fernando (1367-1383) com D. Leonor Teles. Posteriormente, no contexto da Crise de 1383-1385, ali esteve o Condestável Nuno Álvares Pereira, em 1385, no início da jornada que lhe deu a posse do Castelo de Neiva e de outras localidades na região.

Segundo José Matoso “eremitérios portugueses” do seculo XII encontravam-se a norte do Rio Douro.

1127 – S. vicente fragoso – Barcelos
1133 - S. Comba do Rio Corgo – St Marta de Penaguião
1134 – S Pedro da cova – Gondomar
          S Maria do Vilarinho de Parede - Sabrosa
1140 – S Cruz do Bispo – Maia
1145 – S João da Foz do Douro – Porto
1180 – S Eulália de Vandoma – Paredes
          S Miguel de Azevedo – Caminha

É de notar que os cistercienses se localizaram em espaços longe dos ocupados pelos Beneditos, sempre afastados de lugares habitados e juntos a cursos de água.

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