quinta-feira, 22 de junho de 2023

Arsénio de Chatenay -Escritor

 

Arsénio de Chatenay

 António da Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco. Nascido em Lourosa (Oliveira do Hospital), no dia 14 de agosto de 1827- 1896?

      Filho de Tristão Lopes de Carvalho Cunha Castelo Branco. frequenta a escola de artes de Coimbra e inicia o seu  de Direito, na Universidade de Coimbra, em 1845 (18 anos) sendo  adornado de todas as qualidades que distinguem um verdadeiro fidalgo, obtendo o grau de bacharel (licenciatura) em 1848.

      Teve desde a infância o hábito singular dos livros a ocupar-se com a escrita  da  sua imaginação; as aventuras com as quais ele descrevia concisamente, a testemunhar as moléstias sociais da sociedade portuguesa do final do século XIX., Possivelmente as que  pôde ver!

        Os muitos testemunhos sobre Arsénio de Chatenay, impressos nas memórias (diários) citados pelos seus contemporâneos de Coimbra:« Havendo nele uma hereditariedade judiciosa.»    

António da Cunha Castelo Branco desde logo conheceu figuras conhecidas da sociedade do seu tempo, recolheu todos os ilícitos eventualmente praticados sem mencionar nomes – ilustres ou não – nunca vieram a publico, 

      António Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco procurou ser romancista dentro dos moldes eróticos que nunca ninguém ousara fazer. Imitar o fraseado erótico francês.

        Desde logo que conheceu a natural curiosidade do envolvimento de figuras conhecidas da sociedade do seu tempo, recolheu todos os ilícitos eventualmente praticados sem mencionar nomes – ilustres ou não – nunca vieram a público. o seu verdadeiro nome nunca se tornou conhecido nem divulgado na imprensa até 1880 que o divulgava   como ARSÉNIO DE CHATENAY.

Sobre ARSÉNIO DE CHATENAY. Não se sabe de tudo quanto seria desejável.  

 

 

 

 

 

       A sua vida passa a ser feita na cidade do Porto, Supomos que estava influenciado pelos modos de pensar evolucionistas da cidade onde se registam ocasiões de ênfase do seu círculo de convivência com  os Plácidos; António José Plácido Braga,  as filhas, Ana Augusta Vieira Plácido (1831 –1895), Antónia Cândida Plácido Braga, mulher de Camilo, e a irmã  (esposa   de António Bernardo Ferreira (  1835 -  1907)    filho da Ferreirinha). Além dessa família  convivia  com  D. António de Castelo Branco Correia e Cunha de Vasconcelos e Sousa. (marquês de Belas) e António Joaquim Vieira de Magalhães

 

       Sabemos que esteve numa lista de solidário que fizeram  as suas contribuições  quando o jornal Commercio de Portugal abriu uma subscrição a favor das vítimas ( 120 pessoas) do incêndio do Teatro Baquet*, na noite de 20 para 21 de  Março de 1888 com uma lotação de 600 pessoas.

        Sabemos que viveu “ na sua bela vivenda do Porto ” no Ramalde, na rua da calcada e que veraneou no palacete conde de Magalhães, António Joaquim Vieira de Magalhães (o próprio menciona) na rua da Nazaré, Cascais.  

       Por morte de Arsénio de Chatenay iniciou-se um inventário judicial dos seus bens  que foi inventariante a viúva.

 

         Integrado na sociedade portuense, pactuou com Camilo Castelo Branco. Os seus livros são inspirados do que era conhecedor :   relações dos aristocratas  da cidade invicta, como  a Condessa de Camarido(1), o Barão de Argamassa,  conde de Magalhães, e da vida de  esturdia de  António Bernardo Pereira (1835-1907) filho da Ferreirinha.  

 

 

 

(1)     A Condessa de Camarido ( a tia Patrocínio,   romance queirosianos “A Relíquia” -.. Pela sua relação com um padre, que tinha um enorme ascendente sobre ela, acabou por passar quase toda a fortuna para a congregação do Espírito Santo,  a que ele pertencia,

(2)    A família impugnou e houve um processo muito complicado. O tempo arrastou-se e a casa da  Condessa de Camarido caiu em ruinas.

 

 

Vivia rua da calcada, perto do palacete de  António José Plácido Braga (capitalista brasileiro, que faleceu no desastroso naufrágio do vapor Porto, à saída da barra do Douro.  Teve vários episódios conhecidos:  oferece um cavalo a Camilo Castelo Branco, em troca de uma caneta com que escrevia os sonetos. Era pai de Ana Plácido , mulher fatal de Camilo Castelo Branco, e de Antónia cândida Plácido Viera Braga, casada com António Bernardo Pereira (filho da Ferreirinha).

 

António da Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco vivia na  rua da calcada,  zona residencial dos capitalista da cidade do Porto, como  Ricardo Clamouse Browne (1822/23-1870), homem  misterioso;     Ana Máxima Corrêa de Proença (baronesa de Argamassa) e o Negociante, Bernardo José da Silva, que foi   morto pelas boas relações que mantinha com a baronesa.

 

      Suponho que o desapego entre  António da Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco e  a família dá-se por razoes de foro  politico.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fernando Curopos

 

 

        Fernando Curopos foi quem restaurou a literatura erótica clandestina de Arsénio de Chatenay, que permaneceu em segredo até que o “ Comércio do Porto, em 1886, publicou “O Sr. António da Cunha, sob o pseudónimo de Arsénio de Chatenay  ao estilo de Émile Zola (Paris, 2 de Abril de 1840 — Paris, 29 de Setembro de 1902).  […]” - que suas inocentes e interessantíssimas filhas não podem ler!”

 

Émile Zola foi assassinado por desconhecidos em 1902.

António da Cunha Lemos de Azevedo Castelo Branco, não foi excepção sofrendo alguns atentados e escândalo refugiou-se na sua terra natal.

 

      Fernando Curopos na sua opinião: o imaginário erótico de Arsénio de Chatenay, nada tem de realista, nem naturalista ou decadentista, e os toques libertinos patentes na obra também fogem do modelo francês.»

      Arsénio de Chatenay literalmente foi um autor apagado da memória colectiva.

 

      Eu considero um romance finissecular oitocentista, consciente, de actos condenáveis, e narrador ( Chatenay) está a par de tudo o que diz.  

       Alguns dos seus romances fazem parte de acontecimentos em que esteve ligado, e descreveu-os com autenticidade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Da produção de Arsénio de Chatenay conhecem-se presentemente dez livros:

Os Jogos Lésbios ou Os Amores de Joaninha (1877); A Galera Verde ou A Cadeia das Virgens (1878); Sensualidade e Amor (1880 [2ª ed.]):

A Sedução por Vingança (1880);

 A Mulher Virgem, Mãe! (1880);

 La Vendeta ou O Saldo de Contas (1880);

Ângelo e Ada: episódios da entrada do Marechal Soult no Porto em 1809 (1882);

 O Segredo do Capitão-mor de Oliveira (1884);

 Os Mistérios do Asfondelo (1886);

A Menina da Casa Mourisca (1888). 

 

  (Typographia de A. F. Vasconcellos. Porto. 1882. In- 8º de 342-II págs.)

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