segunda-feira, 11 de abril de 2022

Poço do Gato / Estrada Nacional Nº17


 

 Poço do Gato / N.17

 

     O Poço do Gato situasse junto á transversal do caminho vicinal para Candosa na estrada N17, antiga estrada Real, que vai de Coimbra á fronteira Espanhola, construída a partir de 1868.

 A Rainha D. Maria I nomeou o conde de Valadares como primeiro superintendente das estradas do reino em 1791.

 1910 - Brito Camacho (1862 —   1934) alterou o nome da estada real para estrada nacional.

 As estradas em Portugal ficam sob a « administração de estradas e de turismo » a partir de 17 de Outubro de 1920.

    As estradas tinham junto a ela um abrigo para os cantoneiros de conservação, de um cantão com 4 quilómetros, chefiado por um cabo e por um chefe de cantões e seis a nove cantoneiros que recebiam o ordenado à quinzena, comparado ao da jorna do agricultor:

    Faziam a Limpeza da lama para não humedecer o pavimento e para que a brita não se enterrasse.

     O início de 1894 foi reduzido as despesas públicas, e ao fim de dois anos algumas estradas já se encontravam em ruina.

   Sabemos da existência da Administração de cantões e depósitos de materiais entre 4 a 5 quilómetros de distância umas das outras…  

  A estrada do Poço do Gato tinha três cantões, Espariz, Venda do Porco, e Administração com depósitos de materiais na Venda de Galizes.

      O Poço do Gato é uma extensão referida na antiga estrada real, conhecida antes da sua construção como um matagal caducifólio* ou floresta de coníferas, com uma linha de água onde previve uma estrada a perpetuar uma toponímia, do qual pouco ou nada se conhece. Toponímia de Poço e Gato aparece com vários topónimos compostos. No sentido poço, poderia ser público ou privado, que abasteciam em tempos onde ocorriam grande número de carroças. Quanto há relação gato (Bravo), temos Outeiro dos Gatos, Quinta do Gato, Poço do Gato, que estão relacionados com locais de Gataria, (gato bravo) Gateira (armadilha para gatos).

       Lince ibérico ou gato-bravo – nome Popular como era chamado - era uma espécie dificilmente observável no seu habitat natural devido aos seus hábitos nocturnos. Os meus avós, as minhas tias mais velhas, e o seu irmão Ernesto que estavam alerta, testemunham as pegadas de gatos de pequeno porte constituídas pelas marcas de 4 dedos que coabitam em áreas abertas e dentro dos pinhais. Muitas vezes a pessoa confundia-os com raposas. 

O meu tio Adelino nascido em 1929, testemunha os finais dos   anos trinta, quando já estavam quase     extinguidos pela expansão agrícola, declínio do seu habitat e atropelamentos das viaturas que começaram a circular na estrada em 1930:

«O gato ou lince ibérico. Praticamente só eram vistos aos crepusculares-nocturnos ou ao encerrar do dia. Durante o dia refugia-se em buracos de árvores, fendas nas rochas e em tocas abandonadas de texugo, raposa ou coelho.

 Os meses quentes de Verão podiam ser vistos ao ar livre, procurando o fresco e o refúgio que a floresta lhe oferece.

 Havia  quem disssesse  ser mais plausível no local ter havido um algar(a)

 

(a)                 Poço ou abismo natural, originado pela acção mecânica das águas, ou aberto a partir de uma caverna, pela acção dissolvente da água nos terrenos calcários.

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