As Festas Religiosas
As
festas populares começavam com a primavera ou com o solstício do verão, como as
comemorações das noites de Santo António e de São João, com muita gente feliz
em vielas embandeiradas, com fogueiras, e de grupos de gaiteiros a desfilar em
cortejo colorido. A norte havia o hábito das pessoas baterem com um alho-porro
nos ombros uns dos outros, a desejar sorte, para que João os protegesse.
Os
mais velhos olhavam tudo, a conversarem em voz baixa, trocando confidências
miúdas, sem disso ninguém desse conta, tornando-se figuras invisíveis – hábitos
dos seus velhos tempos.
Ao
mesmo tempo ao longe viam-se os sobrados colossais dos endinheirados a brilharem
de luxo ostensivo, com os seus ricos castiçais acesos. Os jardins estavam
iluminados por criados em pontos predominantes à passagem dos convidados, com
outros tantos com os seus impressionantes librés a circularem entre os
presentes a distribuir bebidas e as mais finas iguarias.
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