sexta-feira, 30 de setembro de 2022

O Livro das horas canónicas


 

O Livro das horas canónicas é chamado de Horologion.


 Os relógios mecânicos apareceram nos finais do seculo XV, ficando no esquecimento os relógios de sol.

A partir do seculo XVI surgem os relógios movidos por pesos de pedra  

A partir do seculo XVII relógios pesos com armação de ferro. – sousa Viterbo assinala a profissão de Relojoeiros em Portugal  (1471-1640)

Os relógios eram colocados nos castelos, como aconteceu ao de  Marialva ,Longroiva que batiam as horas com o  sino da torre do relógio.

 

Tinha ouvido dizer que nas comunidades religiosas o monge vivia intensamente o calendário litúrgico, seguindo o temporal e o santoral de forma rígida: oração, repouso, jejum e a hora da refeição, o trabalho e a leitura, começando nas matinas e terminando nas completas.

     Os monges na época da reconquista liam todos os dias 100 salmos, 12 lições, cantavam 24 hinos e 9 cânticos, rezavam 6 credos e 11 responsos. – Escrito por S. Jerónimo – carta Eustáquio.

 Os primeiros livros monásticos conhecidos por livros de horas foram criados no século XIII. Por volta do século XIV os livros tornaram-se mais pequenos, e com os litúrgicos menos complexos. Os meados do século XV, esses manuscritos passaram a ser iluminados de gravuras ilustradas. Cada seção de orações foi acompanhada de uma ilustração para ajudar o leitor meditar sobre o assunto. Só os mosteiros, conventos, e nobres mais ricos tinham o privilégio de comprar o livro de horas.

      O livro típico de horas frequentemente, começava com um ciclo de orações dedicadas à Virgem Maria.

      O livro de horas relativamente em grande formato era lido num púlpito ou sobre uma mesa em voz alta em cada uma dessas horas. Tinha no seu conteúdo um calendário litúrgico; a lista dos dias de festa em ordem cronológica, bem como um método de calcular a data da Páscoa; Penitencial dos sete Salmos; variadas orações dedicadas a santos favoritos ou pedidos pessoais.

  Salmos hinos e textos usados para leitura litúrgica- laudes, Matinas,  Prima,  Terça,  Sexta,  Nona,  vésperas  e completas

Para além das preces diurnas, havia a preces nocturnas de vigília.

Inicialmente, livros de horas foram produzidos por escribas em mosteiros para uso por seus companheiros monges. Monges dividiram o seu dia em oito segmentos, ou "horas", de oração:  Prime, vulgo   Laudes, Terça, Sexta, Noa,  Vésperas e Completas,

     A divisão do dia em sete partes tem suas origens no Livro dos Salmos da Bíblia, que diz: " Sete vezes no dia te louvo "e também ler" Levantei-me à meia-noite para dar graças. " Daí você pode ver que há um grupo de sete horas canónicas do dia Ofícios, e também a noite Ofícios, que por sua vez são divididos em três relógios ou vigílias, chamado Matins. A cada semana, os monges estavam rezando o Saltério de férias (ou seja, os 150 Salmos). Na sua Regra, São Bento incentiva seus monges durante as viagens não perder momentos de oração.

Prima ou Laudes: : A hora em que o sol nasce, cerca de 5 ou 6 horas  da manhã 

Terce: Third hora após o nascer do sol, 09:00

Sexto: meio-dia, 12:00 

Nona: em torno de 15:00 horas da Misericórdia.

Vésperas: depois do sol, geralmente em torno de 18:00 - logo que caem as trevas da noite. Celebradas à tarde, ao declinar do dia, conclui o dia e dá início à noite,   

Completas: deve-se rezar antes do repouso da noite (21 h). Nesse momento, faz-se um ato penitencial pelas faltas cometidas naquele dia. 

     O soar dos sinos era o sinal para a concentração dos monges no claustro principal, para daí passavam ao refeitório, á igreja, á casa do coro ou do capítulo.

     O dia começava á meia-noite juntavam-se todos os monges no claustro, seguindo em procissão com destino á igreja onde rezavam no coro o oficio que lhes era destinado. Hinos, salmos e leitura, e só quando findavam, regressavam às suas celas para repouso.

Por volta das cinco, hora prima, voltavam á igreja para rezarem orações e salmos.

Voltavam de novo às nove horas para a missa do capítulo onde era imprescindível a leitura da regra.

 Liturgia das Horas: nome escolhido durante a reforma litúrgica pós-Concílio Vaticano II, e actualmente em uso. Exprime ao mesmo tempo a característica de ser uma acção litúrgica da Igreja, e que portanto torna presentes os mistérios da salvação, e o seu objectivo peculiar de santificar as diversas horas do dia.

     O livro de horas ou livro de orações, contendo orações apropriadas para determinadas horas do dia, dias da semana, meses e estações do ano. Os livros de horas foram produzidos, assim como a maioria dos outros manuscritos iluminados monásticos, por monges em scriptorium.

O livro de horas começaram por serem escritos em pergaminho, (pele de carneiro), ou pergaminho (pele de bezerro), com um especial tratamento, pele bem seca para receber tinta e pintura. A superfície de escrita alinhada ordenadamente e, de maneira uniforme, tingidos de diferentes cores através da utilização de vários minerais. Tinta aplicada com uma caneta de pena - uma pena, cortados com uma ponta afiada, mergulhados em frascos de tinta.

As ilustrações eram feitas de cores foram misturadas com goma-arábica como um agente de ligação. O mineral mais caro usado na pintura era Lapis Lazuli, uma pedra preciosa azul com manchas de ouro, que na Idade Média só existia no actual Afeganistão.

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