segunda-feira, 16 de maio de 2022

Infante D. Afonso, 3.º Duque do Porto

 

 Infante D. Afonso, 3.º Duque do Porto

 (Ajuda, Lisboa, 31 de Julho de 1865 — Nápoles, 21 de Fevereiro de 1920)

Ao contrário do que possa parecer pelos convidados, o infante D. Afonso, 3.º Duque do Porto, não exercia qualquer influência na corte. "Nunca tinha vintém. Os ajudantes ou oficiais às ordens não lhe emprestavam dinheiro, porque sabiam que ele não lhes pagava", desvenda Raul Brandão nas suas memórias. A partir de 1902, o irmão do Rei tornou-se comandante honorário dos bombeiros, pelo que dispunha de um telefone especial em casa para ser informado das principais ocorrências. Mas sobressaiu essencialmente devido à sua paixão pelos carros. Ganhou até a alcunha de Arreda – por ser esse o grito que dava aos peões para se desviarem do caminho, numa altura em que só havia uma centena de automóveis em todo o País.

Numa carta ao irmão, citada na biografia de Rui Ramos sobre o penúltimo Rei de Portugal, falava com entusiasmo sobre o automóvel comprado em Itália (era fã da FIAT), que tinha "oito cavalos de força" e no qual atingiu a estonteante velocidade de "50 km em descidas, e 40 a 50 em caminho direito".

Um ano depois, em 1901, foi publicado o primeiro Código da Estrada, que impunha um limite máximo de 10 km por hora. Seguramente por excesso de velocidade, o infante protagonizou um dos primeiros desastres em Portugal, quando o carro derrapou, na estrada entre Sintra e Cascais – os jornais de 27 de Agosto de 1906 deram conta desse acidente, que deixou "Sua Alteza com uma costela quebrada".

 

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